Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Jun 2021)

A Relação entre Regurgitação Mitral e Implante Transcateter de Válvula Aórtica: um Estudo de Acompanhamento Multi-Institucional

  • Luciana de Cerjat Bernardes P. da Cunha,
  • Enio Eduardo Guerios,
  • Claudio Leinig Pereira da Cunha,
  • Luiz A. Carvalho,
  • Pedro Lemos Neto,
  • Rogério Sarmento-Leite,
  • Alexandre A. Abizaid,
  • José Antonio Mangione,
  • Adriano Dourado Oliveira,
  • Alexandre Siciliano,
  • Vinicius Esteves,
  • Fábio Sândoli de Brito Jr

DOI
https://doi.org/10.36660/abc.20190772
Journal volume & issue
Vol. 116, no. 6
pp. 1059 – 1069

Abstract

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Resumo Fundamento A regurgitação mitral (RM) é prevalente em pacientes submetidos a implante transcateter de válvula aórtica (TAVI). Há algumas controvérsias sobre o impacto prognóstico da RM na sobrevida de pacientes submetidos a TAVI. Objetivo Examinar a relação entre TAVI e RM em uma população de pacientes do Registro Brasileiro de TAVI. Métodos Setecentos e noventa e cinco pacientes do Registro Brasileiro de TAVI foram divididos na linha de base, alta e acompanhamento de acordo com o grau da RM da maneira seguinte: ausente/leve (RMAL) ou moderado/grave (RMMG). Eles foram subsequentemente reagrupados de acordo com as mudanças imediatas e tardias na gravidade da RM após TAVI da maneira seguinte: RM sem mudança, melhora ou piora. Foram analisados os preditores e o impacto prognóstico na linha de base, bem como as mudanças na gravidade da RM. A significância estatística foi estabelecida em p < 0,05. Resultados RMMG basal estava presente em 19,3% dos pacientes e foi um preditor de aumento da mortalidade tardia. Imediatamente após o TAVI, 47,4% dos casos melhoraram para RMAL, previsto por uma pontuação mais alta da Society of Thoracic Surgeons e um grau mais alto de regurgitação aórtica basal. No acompanhamento, 9,2% dos casos de RMAL pioraram para RMMG, enquanto 36,8% dos casos de RMMG melhoraram para RMAL. Fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) mais baixa na linha de base e melhora na FEVE durante o acompanhamento foram preditores de melhora da RM. Piora progressiva da RM no acompanhamento foi um preditor independente de maior mortalidade tardia após TAVI (p = 0,005). Conclusões A RMMG na linha de base é um preditor de mortalidade tardia após TAVI. FEVE mais baixa e melhora na FEVE durante o acompanhamento são preditores de melhora da RM após TAVI. A pior progressiva da gravidade da RM durante o acompanhamento é um preditor independente de mortalidade tardia; isto é um achado raro na literatura.

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