Revista de Literatura Medieval (Jul 2024)

Uma sátira à pessoa e aos costumes num vilancete seguido de trovas e cantiga no Cancioneiro geral de Garcia de Resende

  • GERALDO AUGUSTO FERNANDES

DOI
https://doi.org/10.37536/RLM.2024.36.1.101071
Journal volume & issue
Vol. 36, no. 1

Abstract

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A sátira pode-se dizer que é atemporal, pois se manifesta em qualquer tempo e em qualquer gênero. No poema de formas mistas analisado neste artigo, a sátira é dirigida a um cortesão que ao voltar de Espanha para Portugal porta uma gorra enorme, o que suscita o motejo e esculacho de outros cortesãos. O poema é uma crítica não só à pessoa, mas também aos costumes. Como forma poética, ele inicia com um vilancete seguido de trovas e termina com uma cantiga. O infeliz Lopo de Souza ouvirá mais de trinta poetas contemporâneos chufando em versos de sua desproporcional gorra, que além de demasiado grande tem por pano o veludo, o que não condiz com a estação do ano, o verão. O poema é rico em artifícios estruturais, tais como métrica, rimas, pés quebrados e ritmo; é rico também em recursos retóricos, como se poderá constatar neste artigo.

Keywords