Arquivos de Neuro-Psiquiatria (Dec 1971)
Rheoencephalographic observations in migraine Reoencefalografia: observações na enxaqueca
Abstract
The pathophysiological concept of migraine presently held attributes the major changes to vascular factors. Therefore, it seemed appropriate to use rheoencephalography to test cerebral hemodynamics in cases of migraine. This very harmless and well suited method revealed: (1) on routine tracings during the painless intervall only 1/7 of the cases showed significant changes, while more than 2/3 could be classified with the help of an orthostatic stress test under REG-observation; (2) REG is more often correct for diagnosis than EEG and this does not surprise since REG monitors cerebral hemodynamics directly while EEG records activity for parenchyma and thus only secondarily depends on circulation; (3) similar conditions were previously seen in Meniere's disease where EEG also is less efficient than REG. According to the results of this study, it should be interesting to include REG in the work-up of migrainous patients. In these and under similar conditions, REG will be of diagnostic value.No conceito fisiopatológico da enxaqueca atribui-se grande importância às alterações vasculares. Por esta razão empregamos a reoencefalografia, método simples e inócuo que nos pareceu o mais adequado para estudar a hemodinâmica cerebral em casos de hemicrania. Nossas conclusões foram as seguintes: (1) nos traçados reoencefalográficos de rotina encontramos, em apenas 1/7 dos casos, alterações qualitativas e quantitivas significantes no período intercrítico da enxaqueca, ao passo que mais de 2/3 dos traçados podiam ser classificados como patológicos e característicos, desde que utilizássemos o teste ortostático de Schellong; (2) a reoencefalografia parece ser mais precisa do que a eletrencefalografia para o diagnóstico de hemicrania; este fato é compreensível pois o reoencefalograma registra diretamente a hemodinâmica cerebral, enquanto que o eletrencefalograma registra a atividade bioelétrica do parênquima a qual, por sua vez, apenas secundariamente depende de circulação sangüínea; (3) resultados semelhantes foram, também, observados em casos de síndrome de Menière nos quais a eletrencefalografia seria, também, menos útil que a reoencefalografia. De acordo com estes resultados, parece-nos ser lícito sugerir a inclusão la reoencefalografia na rotina e no controle terapêutico de pacientes com íemicrânia. Nesta e em outras condições similares a reoencefalografia é im método paraclínico de alto valor.