Argumentos (Jul 2024)
A questão da angústia como forma da existência própria em Martin Heidegger
Abstract
Este artigo se constitui como uma breve exegese da primeira parte da obra Ser e Tempo, na qual Heidegger disserta sobre as disposições fundamentais que abrem o existir (Dasein) enquanto ser-no-mundo, e que são determinadas como: angústia, medo e tédio. Enquanto disposições fundamentais, elas se distinguem das suas manifestações fáticas de superfície, como os medos e pânicos (oriundos da disposição fundamental do medo), as inquietações e ansiedades (oriundas da angústia estrutural), o desinteresse e mesmo o aparente “contrário” deste último, a curiosidade devassadora (oriundos do tédio). Esses aqui são, para Heidegger, todos modos fáticos derivados das disposições fundamentais (estruturais) que podem ser assim apreciadas de forma ôntica (faticamente). Este artigo se propõe, portanto, a sucintamente elaborar uma exegese sobre esta questão na fenomenologia heideggeriana, para que possamos dar mais um passo na compreensão do que o filósofo pensa por respeito à estrutura própria do Ser-homem.