Acta Botânica Brasílica (Mar 2011)

Padrões espaciais de Qualea grandiflora Mart. em fragmentos de cerrado no estado de São Paulo Spatial patterns of Qualea grandiflora in cerrado fragments in São Paulo state

  • Rafael Carvalho da Costa,
  • Flavio Antonio Maës dos Santos

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-33062011000100025
Journal volume & issue
Vol. 25, no. 1
pp. 215 – 222

Abstract

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A descrição dos padrões espaciais é importante para se elaborar hipóteses sobre a dinâmica de populações vegetais. Nosso objetivo foi verificar diferenças nos padrões espaciais de classes de tamanho de Q. grandiflora dentro e entre fragmentos com diferentes fisionomias de cerrado. Para isso descrevemos e comparamos os padrões espaciais do número de plantas por subparcela (5 x 5 m) em seis parcelas de 0,5 ha em quatro fragmentos. Descrevemos os padrões para duas classes de tamanho utilizando correlogramas com o índice I de Moran e testamos associações espaciais entre classes pelo teste de Mantel parcial. A abundância variou de 18 a 319 plantas 0,5 ha-1. Plantas maiores (altura > 1,5 m) tiveram padrões agregados em todos os casos, com números e tamanhos das escalas de agregação variando independentemente da fisionomia. Somente em três parcelas foi possível descrever os padrões espaciais de plantas menores, onde foram aleatórios. Nesses casos, houve duas associações significativas positivas entre classes e uma não significativa. As diferenças de abundância e padrão espacial entre parcelas foram tão grandes no mesmo fragmento quanto entre fragmentos, indicando que a estrutura espacial de Q. grandiflora é imprevisível com base na fisionomia. A transição aleatório-agregado e a associação espacial entre classes indicam que mortalidade dependente de densidade não parece ser importante na dinâmica de Q. grandiflora, sendo a estrutura espacial dos locais adequados ao recrutamento para maturidade um possível fator mais importante.The study of spatial patterns is a helpful approach to formulating hypotheses about plant population dynamics. Our aim was to search for variation in spatial patterns of Q. grandiflora height classes at different scales within and among fragments of different cerrado physiognomies. Spatial patterns of the number of plants in subplots (5 x 5 m) were described and compared among six 0.5-ha plots placed in four fragments. We performed Moran's I correlogram analysis to describe spatial patterns and tested spatial correlations of height classes by partial Mantel tests. We found 18 to 319 plants 0.5 ha-1. Larger plants (height >1.5 m) had a clumped pattern in all plots, varying in numbers and magnitudes of scales independently of the physiognomy. Correlogram analysis for smaller plants was possible in only three plots, where patterns were random. In two of these cases there was significant positive correlation of size classes but in the third it was not significant. Abundance and spatial patterns were as different within the same fragment as in different ones. These results show that Q. grandiflora spatial patterns cannot be predicted based on overall characteristics of cerrado physiognomy. The random-to-clumped transition with size and the spatial association of classes suggest that density dependent mortality does not seem to be an important driver of Q. grandiflora dynamics, and that spatial structure of suitable sites for recruitment to maturity may be more important.

Keywords