Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

LINFOMAS DE CÉLULAS T CUTÂNEAS E PERIFÉRICAS: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA

  • FC Rosa,
  • ACDB Gomes,
  • GS Zveibil,
  • JA Ferreira,
  • MEBS Canto

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S362

Abstract

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Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico dos linfomas de células T cutâneas e periféricas nos últimos cinco anos no Brasil. Materiais e métodos: Estudo epidemiológico ecológico de série temporal a partir da coleta de dados de Janeiro de 2019 a Maio de 2023, do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/DATASUS). Foi estudado o perfil epidemiológico dos linfomas de células T cutâneas e periféricas através das seguintes variáveis: região, ano do diagnóstico, sexo, faixa etária e modalidade terapêutica. Os dados foram analisados por meio de estatísticas descritivas. Resultados: No período analisado tiveram 2.784 casos diagnosticados no Brasil de linfomas de células T cutâneas e periféricas, no qual a região que totalizou o maior número de diagnósticos foi a Sudeste (1.083), seguida da Região Sul (718), Nordeste (663), Centro-Oeste (195) e Norte (125). Em 2019 foram diagnosticados 705 casos no país, sendo o ano com o maior número de casos, em 2022 ocorreram 627 casos e até maio de 2023 foram contabilizados 151 casos. O sexo mais acometido foi o masculino com 1.514 casos, correspondendo a 54,38% do total. A faixa etária mais acometida foi a de 55 a 59 anos, totalizando 326 casos, seguida da faixa de 60 a 64 anos com 283 casos. Em relação a modalidade terapêutica realizada segundo a faixa etária, a quimioterapia concentrou o maior número em todas as faixas com o total de 1.359 casos, seguida pela radioterapia, com 101 casos e finalizando com a cirurgia com 75. Discussão: Os linfomas de células T podem ser divididos em Linfomas de células cutâneas e em Linfomas de células periféricas. Os Linfomas de células periféricas compreendem entidades com diferenças na apresentação clínica, incluindo Linfomas de células T sem outra especificação, Linfomas de células T angioimunoblásticos, Linfomas anaplásicos de células grandes e Linfomas de células T do adulto. Os Linfomas de células cutâneas possuem os subtipos: Micose fungóide, Doença de Sézary, Linfoma da zona T, Linfoma linfoepitelióide (Linfoma de Lennert), Outros linfomas de células T e os não especificados. Apesar da grande quantidade de subtipos dos linfomas de células T, trata-se de uma neoplasia rara, o que explica os números baixos de diagnósticos pela doença em todas as regiões do Brasil. Segundo a literatura, a doença é mais frequente em idosos e sexo masculino, o que foi confirmado pelo estudo. Conclusão: A partir desse estudo epidemiológico, pode-se observar uma variação do número de casos de linfomas de células T cutâneas e periféricas nos últimos cinco anos no Brasil com uma tendência a redução com o passar dos anos, e de acordo com as variáveis analisadas, pode-se confirmar a maior prevalência da doença em idosos e no sexo masculino. Apesar da redução dos casos diagnosticados, é importante que haja políticas públicas direcionadas para métodos diagnósticos e tratamentos eficazes, principalmente para reduzir a alta incidência da doença na população idosa.