Jornal de Pediatria (Feb 2001)

Abuso físico: o perfil do agressor e da criança vitimizada

  • Gilberto Pascolat,
  • Cristiane de F.L. dos Santos,
  • Eurico C.R. de Campos,
  • Luciane C.O. Valdez,
  • Daniela Busato,
  • Daniela H. Marinho

DOI
https://doi.org/10.1590/S0021-75572001000100010
Journal volume & issue
Vol. 77, no. 1
pp. 35 – 40

Abstract

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Objetivo: conhecer o perfil da criança vítima de agressão física e do agente responsável pela violência contra ela. Método: investigaram-se 225 casos confirmados de abuso físico do SOS Criança, de Curitiba, durante o ano de 1.998, aos quais se aplicou um protocolo com quesitos voltados à análise da criança violentada e do agente agressor. Resultados: registraram-se os seguintes modelos: 56% das crianças avaliadas apresentavam-se em idade escolar; 59,6% eram o primeiro filho da família; 84,4% consistiam em filhos naturais e 71,1% das crianças apresentavam satisfatório rendimento escolar. Múltiplas lesões (38,2%) atingiram o corpo das vítimas, e os ferimentos, na maioria das vezes (37,8%), apresentaram-se como hematomas. O principal agente agressor foi a mãe (42,2%), das quais 25,8% alegaram a causa disciplinar para o abuso, utilizaram-se das mãos (32,5%) para efetuar a violência e 72% delas negam o uso de bebida alcóolica. Conclusões: As crianças que mais sofrem agressão física, segundo a amostra estudada, consistem em filhos legítimos e primogênitos, com faixa etária entre 5 e 11 anos e com nível escolar compatível com a idade. A mãe, com suas próprias mãos, resume-se no principal agente agressor, e deixa geralmente hematomas, em diversos segmentos do corpo da criança, com o princípio de educar, ou seja, a colocação de limites.