ALOIMUNIZAÇÃO EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM DOENÇA FALCIFORME

Abstract

Objetivo: Avaliar a prevalência de aloanticorpos em pacientes pediátricos com Doença Falciforme. Materiais e métodos: Foram avaliadas um total de 223 amostras encaminhadas do Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (HEINSG) e Pronto Socorro “Milena Gottardi” ao laboratório de Imunohematologia do HEMOES, no período de julho de 2010 a abril de 2020. Utilizamos o método em Gel Centrifugação (cartões e hemácias da Bi-Rad): Diaclon ABO/D+Prova Reversa, Diaclon Rh-Subgrupos+K, ID-NaCl/ENZ/AF, ID-LISS/Coombs, DC-Screening I, ID-Antigen Profile I (P1, Lea, Leb, Lua, Lub, ctl), ID-Antigen Profile Ii (k, Kpa, Kpb, Jka, Jkb, ctl), ID-Antigen Profile III (M, N, S, s, Fya, Fyb), ID-Diacell ABO A1,B, ID-Diacell I,II, ID-Diacell Ip, IIp, IIIp, ID-Diapanel, ID-Diapanel-P, ID-Diaclon anti-D, ID-Diluent 1 e ID-Diluent 2. As técnicas utilizadas foram realizadas de acordo com as orientações do fabricante e o Procedimento Operacional Padrão do Laboratório de Imunohematologia do HEMOES. Resultados e discussão: Das 223 amostras avaliadas, 55 (24,7%) foram identificados os seguintes anticorpos irregulares: anti-D-n: 1 (2%), anti-C-n: 7 (12%), anti-c-n: 11 (20%), anti-E-n: 10 (18%), anti-e-n: 4 (7%), anti-K-n: 1 (2%), anti-Fya-n: 1 (2%), anti-Jka-n: 2 (4%), anti-Lea-n: 3 (5%), anti-M-n: 3 (5%), anti-S-n: 2 (4%), anti-CW-n: 2 (4%), anti-E+anti-c-n: 3 (5%), anti-C+anti-Lea-n: 1 (2%), anti-E+anti-Jka-n: 1 (2%), anti-c+anti-S-n: 1 (2%), anti-Lea+anti-Leb-n: 1 (2%) e reação indeterminada-n: 1 (2%). Foi observado uma maior prevalência de anticorpos contra o Sistema Rh, que está de acordo com a literatura. Sete casos com associação de anticorpos, mostrando assim, o risco de aloimunização por múltiplos nticorpos que esses pacientes estão sujeitos, devido às várias transfusões recebidas. Conclusão: Nossos dados chama atenção para os pacientes pediátricos com Doença Falciforme em receber concentrados de hemácias com fenotipagem eritrocitária estendida para evitar que evoluam para esses casos de aloimunização, tornando assim, a transfusão mais segura e menos laboriosa.