Domínios de Lingu@gem (Oct 2024)

Preposições órfãs no português brasileiro

  • André Antonelli,
  • Daiara Negri Godoi Franzão

DOI
https://doi.org/10.14393/DLv18a2024-43
Journal volume & issue
Vol. 18
pp. e1843 – e1843

Abstract

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Neste trabalho, apresentamos evidências de que o PB é uma língua que licencia preposições órfãs, ao contrário do que já havia sido defendido na literatura. Também mostramos por que esse fenômeno não é generalizado, com alguns itens preposicionais admitindo P-stranding, ao passo que outros descartam completamente essa possibilidade. Defendemos que, na base, a diferença entre esses dois grupos está na possibilidade de se aplicar ou não uma operação de contração sintática, possibilidade esta que dependeria do valor lexical/funcional de cada preposição. A ideia de contração não é uma ferramenta teórica nova para explicar o fenômeno de preposition stranding. O diferencial de nossa análise é explicitar que a contração impedindo o licenciamento de P-stranding é um processo puramente sintático, que afetaria apenas preposições de conteúdo mais funcional. Basicamente, tais preposições sofrem um processo de fusão com seu complemento, o que inviabiliza a extração de tal elemento. Em relação a preposições de natureza mais lexical, nossa proposta é que elas selecionam uma categoria preposicional nula que seria responsável por atribuir caso ao DP complemento. Esse item nulo intermediário impediria a operação sintática de contração entre o DP complemento e a preposição foneticamente visível. Por não haver contração, licencia-se a extração do DP complemento, o que explicaria o fenômeno de P-stranding.

Keywords