Kriterion (Jan 2007)

Em defesa de Adorno: a propósito das críticas endereçadas por Giorgio Agamben à dialética adorniana

  • Maurício Chiarello

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-512X2007000100011
Journal volume & issue
Vol. 48, no. 115
pp. 183 – 201

Abstract

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Pensador dos mais instigantes da atualidade, Giorgio Agamben explora, em boa parte de seus ensaios filosóficos, a significação excepcional que apresenta Auschwitz para a compreensão de nossa modernidade esclarecida, significação esta que Adorno foi um dos primeiros a acusar. Sob o pano de fundo dessa convergência temática existente entre os dois pensadores, empreende-se aqui uma apreciação das críticas que Agamben endereça à filosofia de Adorno. Seria justo recriminar a dialética negativa adorniana por não ter sido capaz de se libertar do pendor idealista da dialética hegeliana? Seria justo censurá-la por ter sucumbido a uma espécie de estetização do messianismo, como sentencia Agamben? Essas questões são respondidas em defesa de Adorno.Giorgio Agamben is, nowadays, one of the most intriguing thinkers. In a great extent of his philosophical essays he exploits the exceptional signification of Auschwitz for the understanding of our clarified modernity, and whose signification Adorno was one of the first to accuse. Under the background of such thematic convergence which is between the two thinkers, here we evaluate Agamben's criticisms of Adorno's philosophy. Would it be fair to condemn the Adornian negative dialectics because it could not get rid of the idealistic tendency of Hegelian dialectics? Would it be fair to censor it for having succumbed to a sort of aesthetic bias of messianism, as Agamben claims? Such questions are answered in defense of Adorno.

Keywords