Revista Brasileira de Geomorfologia (May 2017)

CARSTE SUSPENSO E GEOMORFOLOGIA DE LONGO TERMO. A REGIÃO CÁRSTICA DOS CURRAIS DE PEDRAS, JEQUITAÍ – MINAS GERAIS

  • Frederico Augusto Alves Gonçalves,
  • Joël Georges Marie Andre Rodet,
  • Antônio Pereira Magalhães Junior

DOI
https://doi.org/10.20502/rbg.v18i2.817
Journal volume & issue
Vol. 18, no. 2

Abstract

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Paisagens cársticas suspensas podem guardar elementos resultantes de processos naturais que nelas atuaram antes do seu alçar. Na região centro-norte de Minas Gerais, esse tipo de cenário foi observado nas superfícies cimeiras de elevações topográficas tabulares situadas em terrenos da bacia do Riacho Fundo. Tais feições de relevo desenvolvem-se em carbonatos neoproterozoicos da Formação Lagoa do Jacaré – Grupo Bambuí. Essas rochas exibem feições estruturais que exerceram – e ainda exercem – um importante controle na dinâmica e na gênese de algumas das formas cársticas. As estruturas tectônicas expressam-se principalmente pela planimetria das cavernas e as estruturas congênitas pela inibição do desenvolvimento vertical do carste. Formações superficiais autóctones e alóctones também compõem a paisagem. Aproximações acerca da hidrodinâmica atuante na elaboração do carste estudado foram realizadas a partir de análises sobre a morfologia de condutos de cavernas, a planimetria da rede subterrânea, a litoestratigrafia e a litoestrutura. Foram construídas análises das relações genéticas e dinâmicas entre as formas cársticas, o relevo regional e as formações superficiais. Os seixos, em superfície e no interior de algumas cavernas, sugerem que algum curso d’água com capacidade de transporte drenou a área por um período situado em um espaço de tempo anterior e/ou cronocorrelato ao início da instalação de uma dinâmica cárstica e da incisão da atual rede de drenagem. Os resultados alcançados sugerem que a elaboração do carste investigado teve início no Mioceno Superior.

Keywords