Revista Portuguesa de Cardiologia (May 2022)
Evaluation of a sample of Portuguese hypertensive patients’ knowledge about hypertension and its influence on their beliefs and adherence to therapy
Abstract
Introduction and objectives: Patient knowledge about hypertension is an important patient-related determinant for poor blood pressure control and is a target for more effective interventions. We aimed to evaluate hypertensive patients’ knowledge and awareness about hypertension and its influence on their beliefs about their medication and their adherence to antihypertensive therapy. Methods: A cross-sectional study was conducted among adult patients attending one of the participating pharmacies and taking at least one antihypertensive drug. Data on personal and family history were collected, and Portuguese versions of the Hypertension Knowledge Test (HKT), Beliefs about Medicines Questionnaire (BMQ), and short version of the Maastricht Utrecht Adherence in Hypertension questionnaire (MUAH-16) were administered. Results: A total of 240 patients were enrolled. The mean number of antihypertensive drugs used was 1.62±0.99, with 15.4% of patients treated with three or more drugs. More than 80% of patients knew the blood pressure therapeutic goals and identified overweight, sedentary lifestyle, and salt as risk factors for hypertension. Conversely, the majority of the patients were not aware of the asymptomatic characteristics of hypertension and believed that antihypertensive treatment had to be used for a limited time duration. Negative and significant correlations were found between the HKT and negative attitudes toward medication, but no association was found with positive attitudes. Conclusions: Hypertensive patients had good knowledge of hypertension risk factors but not of antihypertensive treatment. Increasing patient knowledge about hypertension may possibly reduce negative attitudes toward medication but will probably have no impact on positive attitudes. Resumo: Introdução e objetivos: O conhecimento dos doentes sobre hipertensão é um importante fator associado ao mau controlo da pressão arterial e é uma das variáveis consideradas para desenhar intervenções mais efetivas. O nosso objetivo foi avaliar o conhecimento dos doentes hipertensos sobre hipertensão e determinar a sua influência nas crenças sobre medicação e na adesão à terapêutica destes doentes. Métodos: Estudo transversal. Doentes adultos que se dirigiram a uma das farmácias participantes e a tomar pelo menos um medicamento anti-hipertensor foram convidados. Foram recolhidos dados sobre a história familiar e pessoal e administradas as versões portuguesas dos questionários Hypertension Knowledge Test (HKT), Beliefs about Medicines Questionnaire (BMQ) e versão curta do Maastricht Utrecht Adherence in Hypertension questionnaire (MUAH-16). Resultados: Foram incluídos 240 doentes no estudo. O número médio de anti-hipertensores utilizados foi 1,62±0,99, usando 15,4% dos doentes três ou mais fármacos. Mais de 80% dos doentes sabia os valores de pressão arterial ideais e reconheceram obesidade, sedentarismo e sal como fatores de risco para a hipertensão. No entanto, a maioria dos doentes não estava ciente das características assintomáticas da hipertensão e acreditava que os anti-hipertensores deviam ser utilizados por tempo limitado. Correlações negativas e significativas foram encontradas entre o score obtido no HKT e as atitudes negativas em relação à medicação, mas não foi encontrada nenhuma associação com as atitudes positivas. Conclusões: Os doentes hipertensos têm um bom conhecimento sobre os fatores de risco da hipertensão, mas não sobre o seu tratamento. Aumentar os conhecimentos dos doentes sobre hipertensão pode reduzir as atitudes negativas associadas à medicação, mas provavelmente não terá nenhum impacto nas atitudes positivas.