Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)

ID275 Anticorpos monoclonais (erenumabe, galcanezumabe, eptinezumabe e fremanezumabe) no tratamento do transtorno de enxaqueca: uma revisão sistemática e metanálise

  • Bruna Carolina de Araújo,
  • Amanda Oliveira Lyrio,
  • Fernanda Pimenta Simon Ferreira,
  • Renata de Souza Coelho Soares,
  • Ana Renata Lima Leandro,
  • Alexander Itria

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2024.v9.s1.p.210
Journal volume & issue
Vol. 9, no. s. 1

Abstract

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Introdução A enxaqueca é um distúrbio neurológico altamente incapacitante que afeta mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo anualmente. A assistência aos pacientes com enxaqueca pode ser muito dispendiosa para o país devido à ausência nas atividades laborais. O tratamento atual para episódios de enxaqueca inclui anti-inflamatórios não esteroidais e outros analgésicos, mas esses medicamentos não são específicos. Os anticorpos monoclonais são uma classe recente de medicamentos preventivos desenvolvidos para atuar especificamente na fisiopatologia da enxaqueca, representando uma opção terapêutica inovadora e promissora. Devido à alta prevalência da doença e às falhas terapêuticas em muitos tratamentos disponíveis, torna-se necessário avaliar medicamentos eficazes que possam melhorar a qualidade de vida das pessoas com enxaqueca. Este estudo tem como objetivo avaliar se os anticorpos monoclonais (erenumabe, galcanezumabe, eptinezumabe e fremanezumabe) são eficazes e seguros para o tratamento de adultos com enxaqueca ao comparar com outros tratamentos ou placebo. Métodos Foram incluídos estudos de ECR fase III que avaliaram anticorpos monoclonais em adultos com pelo menos 4 dias de enxaqueca por mês. As fontes de informação foram MEDLINE através do PubMed; Embase; LILACS; Cochrane Library; Scopus; Clinical Trials e as listas de referências dos artigos selecionados. Foi realizada a avaliação do risco de viés dos estudos com o RoB 2. A análise qualitativa dos estudos incluídos foi apresentada em forma de quadro. A metanálise foi realizada para todos os desfechos possíveis. A heterogeneidade estatística foi medida por meio do I² de Higgins e Thompson, avaliando a magnitude da inconsistência. Resultados A revisão sistemática incluiu 16 ensaios clínicos randomizados envolvendo 12.315 pacientes com enxaqueca crônica ou episódica, avaliando o efeito dos anticorpos monoclonais no tratamento da enxaqueca. A metanálise mostrou que os anticorpos monoclonais reduziram significativamente a frequência de episódios de enxaqueca (diferença média ponderada: -4,18(-6,18; -2,94); I2 100%) e o uso de medicação específica para cefaleia aguda (diferença média ponderada: -1,19(-1,96; -0,41); I2 100%), mas não apresentaram diferenças significativas na incapacidade relacionada à cefaleia (diferença média ponderada: -0,26(-3,07; 2,54); I2 100%). Além disso, os estudos relataram melhorias na qualidade de vida dos pacientes. Discussão e conclusões Embora os resultados da metanálise tenham sido promissores, houve uma considerável heterogeneidade entre os estudos. Além disso, a maioria dos estudos usou placebo como grupo controle e a comparação com outros tratamentos foi limitada. No entanto, a análise de sensibilidade manteve os resultados favoráveis aos anticorpos monoclonais. Esses resultados sugerem que os anticorpos monoclonais são eficazes no tratamento da enxaqueca, mas são necessários mais estudos para confirmar esses achados e avaliar sua eficácia a longo prazo.

Keywords