História da Historiografia (Apr 2012)
Tempo e crise na teoria da modernidade de Reinhart Koselleck
Abstract
Este artigo explora dois aspectos constitutivos da “teoria da modernidade” proposta pelo historiador alemão Reinhart Koselleck. O primeiro corresponde à sua interpretação da emergência da noção de “tempo histórico”; e o segundo, a seu argumento acerca da crise sociopolítica que se instaura a partir da tendência moderna a recorrer a filosofias da história para sustentar programas de ação política. Procurar-se-á demonstrar que Koselleck, ao mesmo tempo em que saúda a descoberta/invenção – pelas filosofias da história do século XVIII – de uma “história humana”, condena a instrumentalização política dessas mesmas filosofias como o vetor de uma crise que se estende da Revolução Francesa até a Guerra Fria. À guisa de conclusão, sugerem-se alguns pontos de aproximação entre a visão da modernidade de Koselleck e aquela da filósofa Hannah Arendt.