Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

ANÁLISE DOS NÍVEIS DE BCR-ABL COMO PREDITOR DE RECAÍDA APÓS TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS (TCTH) EM LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA NA ERA DOS INIBIDORES DE TIROSINA-QUINASE (ITQ)

  • LG Silva,
  • I Menezes,
  • MC Gallucci,
  • CB Sola,
  • DC Setubal,
  • SK Nabhan,
  • MM Oliveira,
  • R Pasquini,
  • VAM Funke

Journal volume & issue
Vol. 43
p. S247

Abstract

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Introdução: A recidiva após TCTH alogênico é observada em 20% a 40% dos pacientescom LMC. A monitorização dos níveis de BCR-ABL1 é uma forma de detecção precocede recaída após TCTH. No entanto, a sensibilidade da tecnologia de PCR aumentou aolongo dos anos. A população de pacientes transplantados também mudou: são pacientesmais graves e já tratados previamente com ITQ. Portanto, novos estudos são necessárioscom este método e população para que se determine o significado atual dos resultados deBCR-ABL após TCTH. Objetivo: Determinar a relação entre a positividade do BCR-ABL aos três, seis e dozemeses após TCTH e o risco de morte ou recidiva. Avaliar se o ponto de corte de 0,1% deBCR-ABL se correlaciona com sobrevida, recaída hematológica ou citogenética (RC/H). Método: avaliamos retrospectivamente os níveis do transcrito BCR-ABL por PCRquantitativo em tempo real (QPCR) aos três, seis e doze meses em portadores de LMC submetidos a TCTH alogênico, após falha terapêutica de ITQs, entre 01/05 e 10/19 erelacionamos com RC/H e sobrevida. Depois avaliamos os desfechos dos pacientes comvalores acima e abaixo de 0,1%. O teste de Fisher foi usado para variáveis categóricas. Ascurvas de sobrevida foram feitas usando o método de Kaplan e Meier e comparadas usandoLog Rank. Eventos foram definidos como morte ou recaída. Recidiva molecular (R/M) foiconsiderada se BCR-ABL/ABL (%) >0,1 % na Escala Internacional (EI). Resultados: Ascaracterísticas dos pacientes e dos transplantes são mostrados nas tabelas 1 e 2. Osresultados de BCR-ABL/ABL (EI) estão demonstrados na tabela 3. Ter um examepositivo aos três, seis ou 12 meses não se correlacionou com RC/H e não influenciou asobrevida. Cinco pacientes possuíam BCR-ABL>0.1% aos 3 meses. Destes três recaíram eum foi a óbito por recaída. 37 pacientes possuíam transcritos BCR-ABL <0.1% aos 3 meses e foram divididos em dois grupos: resposta molecular <0.1% (RM3) e indetectável. As chances de aumento dos níveis de BCR-ABL foram maiores no grupo MR3. Em quatroanos, o grupo MR3 apresentou maiores taxas de R/M (79,9% vs 23%, p = 0,01) e tendênciaa um menor tempo livre de eventos (17,3% x 61,9%, p = 0,07), mas sem diferenças nasobrevida global (69,3% x 78,4%, p = 0,48) ou RC/H (8,8% vs 5%, p = 0,58). Três pacientesdo grupo MR3 iniciaram tratamento com ITQs ou Infusão de Linfócitos do doador (ILD)após recidiva molecular confirmada. Conclusões: Nossos dados sugerem que a presença debaixos níveis de BCR-ABL aos 3 meses (< 0,1%) pós TCTH implicam em maioreschances de R/M quando comparados a pacientes com BCR-ABL indetectável. No entanto, estes pacientes não tiveram maior evolução para RC/H e não se observou impacto emsobrevida, o que pode ser devido ao tamanho da amostra e à intervenção (ILD, ITQ) realizada nestes casos. Mais estudos são necessários para se avaliar o significado dos níveisde BCR-ABL após TCTH na atualidade.