Millenium (Jul 2024)
Preparação para atuar em catástrofe: perspetiva dos enfermeiros do serviço de urgência
Abstract
Introdução: A ocorrência de catástrofes tem vindo a aumentar em todo o mundo, e Portugal não é exceção, com impacto significativo na saúde das populações. Também a evidência científica demonstra que o atual sistema de formação não prepara os profissionais de saúde para responder a eventos catastróficos. A pandemia COVID-19, recentemente enfrentada, mostrou claramente que, mesmo os melhores sistemas de saúde ficaram sobrecarregados, devastados e à beira do colapso. Objetivo: Analisar a perceção dos enfermeiros de um Serviço de Urgência (SU) sobre a sua preparação para atuar em situação de catástrofe e relacioná-la com variáveis sociodemográficas e profissionais. Métodos: Estudo quantitativo descritivo-correlacional, transversal, com recurso à Disaster Preparedness Evaluation Tool, versão portuguesa, aplicada a 60 enfermeiros do SU de um hospital do norte de Portugal. Os dados recolhidos foram submetidos a tratamento estatístico descritivo e inferencial atentando às considerações éticas intrínsecas. Resultados: Demonstram que os enfermeiros do SU não se sentem preparados para intervir em situações de catástrofe. Contudo, os elementos do sexo masculino e os detentores de formação avançada na área de emergência e/ou catástrofe, revelam estar mais preparados, apresentando diferenças estatisticamente significativas nas competências relacionadas com o “saber”, “gestão pós-catástrofe” e no score global. Conclusão: A existência de planos de emergência institucionais é imprescindível, mas para que sejam operacionalizados de forma eficiente e eficaz é necessária atualização permanente e simulacros periódicos, de modo que cada profissional se consciencialize da sua importância, conheça a sua missão e as suas funções.
Keywords