Jornal de Pediatria (Jun 2012)

Hipomagnesemia no pós-operatório de artrodese de coluna

  • Larissa Rossato Chrun,
  • Paulo Ramos David João

DOI
https://doi.org/10.2223/JPED.2181
Journal volume & issue
Vol. 88, no. 3
pp. 227 – 232

Abstract

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OBJETIVOS: Verificar a frequência de hipomagnesemia em pacientes pediátricos submetidos a artrodese de coluna, avaliando se há queda significativa nas dosagens de magnésio sérico nos períodos pré e pós-operatório, quais suas possíveis causas e quais as consequências clínicas para os pacientes. MÉTODOS: Estudo retrospectivo e descritivo dos pacientes admitidos em uma Unidade de Terapia Intensiva pediátrica no pós-operatório de artrodese de coluna, no período de 1º de março a 31 de agosto de 2011. Foram comparados os níveis de magnésio, fósforo, cálcio total e ionizado no pré-operatório com os valores encontrados após a admissão na Unidade de Terapia Intensiva. RESULTADOS: Foram incluídos 45 pacientes, com idade média de 13,1 anos. No pré-operatório, o valor médio do magnésio foi de 1,8±0,2 mg/dL, e no pós-operatório, de 1,4±0,2 mg/dL, o que demonstra uma queda significativa entre os dois períodos (p < 0,001). A frequência de hipomagnesemia foi de somente um paciente (2%) no pré-operatório para 31 (68%) no pós-operatório. Houve também queda significativa nos níveis de fósforo (p < 0,001) e cálcio total (p < 0,001). Houve correlação significativa entre a queda do magnésio e o volume de fluido recebido durante a cirurgia (p = 0,03), volume de transfusão sanguínea (p < 0,001) e número de vértebras fixadas (p < 0,05). Dos 31 pacientes com hipomagnesemia, sete (22%) apresentaram sintomas. CONCLUSÃO: Existe uma elevada frequência de hipomagnesemia em pacientes submetidos a artrodese de coluna. Ao realizar a dosagem do magnésio sérico no momento da admissão na Unidade de Terapia Intensiva, a reposição adequada pode ser prontamente iniciada, minimizando o risco de complicações.

Keywords