Revista Brasileira de Reumatologia (Jun 2011)

Avaliação do sistema musculoesquelético na unidade de emergência Musculoskeletal system assessment in an emergency room

  • Sonia Cristina de Magalhães Souza Fialho,
  • Gláucio Ricardo Werner de Castro,
  • Adriana Fontes Zimmermann,
  • Giovana Gomes Ribeiro,
  • Fabrício Souza Neves,
  • Ivânio Alves Pereira,
  • Guilherme Loureiro Fialho

DOI
https://doi.org/10.1590/S0482-50042011000300005
Journal volume & issue
Vol. 51, no. 3
pp. 244 – 248

Abstract

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OBJETIVO: As condições musculoesqueléticas possuem um enorme e crescente impacto no mundo. A despeito disso, alguns médicos não estão confiantes em suas próprias habilidades para a realização do exame clínico musculoesquelético. Este estudo teve como objetivo avaliar a prevalência dos sintomas musculoesqueléticos em uma unidade de emergência e a frequência de descrição do exame físico musculoesquelético nesses casos. MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal. Foi realizada uma análise sistemática das fichas de atendimento na unidade de emergência do hospital da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil, de 24 a 30 de abril de 2009. RESULTADOS:Foram analisadas 392 fichas de atendimento, onde 41,5% dos pacientes eram do sexo masculino e a idade média de 38,7 ± 17,2 anos. Sessenta e nove dos 392 pacientes (17,6%) apresentaram-se com queixa musculoesquelética. A queixa musculoesquelética mais comum foi lombalgia (33/69). Somente 49,2% dos pacientes que apresentavam distúrbios musculoesqueléticos como queixa principal tiveram exame físico específico descrito nas fichas. Pacientes com queixas musculoesqueléticas tiveram menor frequência de registro de exame abdominal (46% versus 62%, P = 0,01) e sinais vitais (46% versus 66%, P = 0,00), porém maior frequência de registro do exame musculoesquelético (49% versus 0,6%, P = 0,00). CONCLUSÕES:Este estudo confirma outras observações em todo o mundo. Queixas musculoesqueléticas são frequentes em uma unidade de emergência e, apesar disso, sugere-se que os sintomas musculoesqueléticos são insuficientemente avaliados, o que pode estar relacionado a uma educação médica insuficiente. É fundamental que escolas médicas coloquem maior ênfase nessas condições para que jovens médicos estejam mais preparados para lidar com essas doenças comuns.OBJECTIVE: Musculoskeletal conditions have an enormous and growing impact worldwide. In spite of that, some clinicians are not confident in their own musculoskeletal examination skills. This study aimed to evaluate the prevalence of musculoskeletal symptoms in an emergency room, and the frequency of musculoskeletal physical examination description on those cases. METHODS: This was a cross-sectional study. We performed a systematic analysis of medical files at the emergency room of the University Hospital of the Federal University of Santa Catarina, Brazil, from April 24th to 30th, 2009. RESULTS: We analyzed 392 files, where 41.5% of patients were male and mean age was 38.7 ± 17.2 years-old. Sixty nine out of 392 patients (17.6%) presented with a musculoskeletal complaint. The most common musculoskeletal complaint was low back pain (33/69). Only 49.2% of patients with a musculoskeletal chief complaint had a specific physical examination registered on the files. Patients with musculoskeletal complaints had lower registrations of abdominal examination (46% versus 62%, P = 0.01) and vital signs (46% versus 66%, P = 0.002), but a higher frequency of musculoskeletal examination registration (49% versus 0.6%, P = 0.00). CONCLUSIONS: Our study confirms other observations worldwide. Musculoskeletal complaints are frequent in a emergency room setting and in spite of that it is suggested that musculoskeletal symptoms are poorly evaluated, which is probably related to an insufficient musculoskeletal education. It is essential that medical schools place more emphasis on these conditions so that young physicians will be more prepared to deal with these common diseases.

Keywords