Estudos Avançados ()

Desmatamento, degradação e violência no "Mosaico Gurupi" - A região mais ameaçada da Amazônia

  • Danielle Celentano,
  • Magda V. C. Miranda,
  • Eloisa Neves Mendonça,
  • Guillaume X. Rousseau,
  • Francisca Helena Muniz,
  • Vivian do Carmo Loch,
  • István van Deursen Varga,
  • Luciana Freitas,
  • Patrícia Araújo,
  • Igor da Silva Narvaes,
  • Marcos Adami,
  • Alessandra Rodrigues Gomes,
  • Jane C. Rodrigues,
  • Cláudia Kahwage,
  • Marcos Pinheiro,
  • Marlúcia B. Martins

DOI
https://doi.org/10.5935/0103-4014.20180021
Journal volume & issue
Vol. 32, no. 92
pp. 315 – 339

Abstract

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Resumo O "Mosaico Gurupi" está localizado entre o oeste do Maranhão e o leste do Pará, na Área de Endemismo Belém, que embora seja a região mais desmatada do Bioma Amazônico no Brasil, preserva uma diversidade cultural e biológica superlativa. O mosaico engloba seis Terras Indígenas (Alto Turiaçu, Awá, Caru, Arariboia, Rio Pindaré e Alto Rio Guamá) e uma Unidade de Conservação (Reserva Biológica do Gurupi). Essas áreas protegidas conservam os principais remanescentes florestais da região e garantem a manutenção de serviços ecossistêmicos essenciais aos dois estados, principalmente de regulação hidrológica. No entanto, essa região vive sob ameaças constantes de desmatamento e de degradação pela extração ilegal de madeira, e por incêndios criminosos. Os povos indígenas e lideranças comunitárias da região são vitimados pela violência associada a tais crimes. Para promover a conservação e a restauração dessas áreas, uma rede formada por diversas instituições indígenas e não indígenas vem trabalhando em conjunto para o reconhecimento do "Mosaico Gurupi" pelo Ministério do Meio Ambiente. A proposta aqui apresentada inclui o mosaico em questão e o Corredor Ecológico da Amazônia Maranhense, que irá conectar os principais remanescentes florestais da região, por meio da restauração das matas ciliares ao longo dos rios Buriticupu, Pindaré e Zutiua. A conformação do mosaico visa integrar esforços para a proteção territorial, a restauração florestal e o fortalecimento da cultura e educação indígena; o que poderá converter a região mais ameaçada da Amazônia em um exemplo de conservação e sustentabilidade econômica e social por meio da promoção da restauração florestal.

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