Brasiliana: Journal for Brazilian Studies (Oct 2024)
protagonismo da marionete
Abstract
As políticas externas geralmente dispõem de diretrizes claras, mas os critérios para o envolvimento em operações de paz (OPs) são frequentemente nebulosos e influenciados por fatores subinstitucionais, podendo ser significativamente influenciado por disposições político-partidárias. Abordamos a participação do Brasil na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH) como um ponto de virada na política externa brasileira. Através de uma abordagem histórico-bibliográfica, investigamos as nuances estratégicas dessa participação durante os governos Lula, Dilma e Temer, entendo-a como ferramenta de política externa. Argumentamos que, embora tenha refletido ambições de protagonismo regional e projeção internacional, a participação brasileira na MINUSTAH mostrou-se limitada devido a objetivos mal calculados e falta de compreensão do contexto. Nossa análise revelou que a liderança brasileira na MINUSTAH ilustrou uma dinâmica de "protagonismo de marionete", evidenciando a subordinação do Brasil às dinâmicas de poder internacionais e sua incapacidade de modificar substancialmente a estrutura do sistema de segurança global.