Acta Scientiarum: Education (Mar 2013)

<b>Igreja, política e educação no Brasil republicano: a criação do colégio D. Bosco, de Cachoeira do Campo, Minas Gerais (1893-1897)</b> - doi: 10.4025/actascieduc.v35i1.17150

  • Wenceslau Gonçalves Neto

DOI
https://doi.org/10.4025/actascieduc.v35i1.17150
Journal volume & issue
Vol. 35, no. 1

Abstract

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No final do século XIX, a igreja católica encontrava-se ameaçada dos dois lados do Atlântico. Na Europa, por conta da afirmação dos Estados nacionais, vê minguar seu espaço de influência, que será afetado num setor que tradicionalmente dependera de sua atuação: a educação. No Brasil, o advento da República consolidará na separação da Igreja e do Estado e na exclusão do ensino religioso das escolas públicas. A reação antiliberal (ultramontana) da Igreja contará no Brasil com o auxílio de congregações religiosas para ação evangélica e educacional, sendo analisada aqui iniciativa dos Salesianos na edificação de uma escola profissionalizante em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto-MG. Destacam-se as intensas relações de caráter político entre religiosos e poderes públicos no âmbito regional e local. Em 1893, os Salesianos recebem do Estado terreno e significativa dotação para iniciar as obras do colégio, seguida de outras dotações, que permitem sua inauguração em 1896. De Ouro Preto, os padres contaram com o Fundo das Crianças Pobres para aplicação no colégio, comprometendo-se a abrigar órfãos do município, escolhidos pela Câmara. Desta forma, o Colégio D. Bosco cumpre várias funções, doutrinárias, profissionalizantes e educacionais, atendendo tanto interesses da igreja quanto do Estado mineiro.

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