Revista de Saúde Pública (Jun 1998)
Indicação de vacinas e imunoglobulinas em indivíduos que apresentam comprometimento da imunidade Recommendations on immunization of patients with conditions associated with general or limited immunodeficiencies
Abstract
Com base na literatura, foi feita revisão sobre as recomendações para uso de vacinas e imunoglobulinas em indivíduos que apresentam comprometimento total ou parcial da imunidade, sobretudo relativa à decada de noventa. A análise de 75 referências permite chegar às principais conclusões: as vacinas contendo agentes vivos, geralmente são contra-indicadas para indivíduos que apresentam condições que determinam acentuado comprometimento da imunidade; as vacinas que contêm agentes mortos ou apenas frações antigênicas, apesar de serem menos imunogênicas e conferirem menores taxas de proteção aos imunodeprimidos, quando comparadas aos normais, são seguras e devem ser administradas a esses indivíduos. A imunização passiva é indicada nas mesmas doses para indivíduos imunodeprimidos e pessoas normais, com exceção da imunoglobulina contra o sarampo, que deve ser administrada aos imunodeprimidos no dobro das doses habituais, sempre que tiverem contato com sarampo, independentemente de sua situação vacinal anterior. Para aumentar a proteção dos imunodeprimidos contra a varicela e a influenza, recomenda-se vacinar contra essas doenças os familiares e os profissionais que atendam esses indivíduos.A revision of the literature was made as to the recommendations given for the use of vaccines and immune globulins in persons who presented total or partial immunodeficiency, mainly related to the nineties. The analysis of 75 references led to the following principal conclusions: the vaccines containing living agents are generally inappropriate for persons who present conditions wich determine serious inmunodeficiency; the vaccines wich contain dead agents or only antigenic fractions, despite their being less immunogenic and confering lower rates of protection to severely immunocompromised persons as compared to normal persons, are safe and should be administered to them. Immunocompromised patients should receive immune globulins for the same indications and in the same doses as immunocompetent persons, with the exception of immune globulin to prevent measles, as recommended in a dosage of 0.5 mL/Kg for immunodeficients (15mL, maximum).
Keywords