Debates em Psiquiatria (Dec 2022)

Fatores de risco de transtornos alimentares: revisão guarda-chuva de metanálises publicadas

  • Marco Solmi,
  • Joaquim Radua,
  • Brendon Stubbs,
  • Valdo Ricca,
  • Davide Moretti,
  • Daniele Busatta,
  • Andre F. Carvalho,
  • Elena Dragioti,
  • Angela Favaro,
  • Alessio Maria Monteleone,
  • Jae Il Shin,
  • Paolo Fusar-Poli,
  • Giovanni Castellini

DOI
https://doi.org/10.25118/2763-9037.2022.v12.460
Journal volume & issue
Vol. 12

Abstract

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Objetivo: Graduar as evidências sobre fatores de risco de transtornos alimentares (anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar periódica) com o método de revisão guarda-chuva. Métodos: Trata-se de revisão sistemática de estudos observacionais sobre fatores de risco de transtornos alimentares publicados no PubMed, PsycInfo, e Embase até 11 de dezembro de 2019. Recalculamos metanálises de efeitos aleatórios, heterogeneidade, efeito de estudo pequeno, viés de excesso de significância e intervalo de confiança de 95% e graduamos evidências significativas (p < 0,05) de convincentes a fracas, conforme os critérios estabelecidos. A qualidade foi avaliada com a ferramenta Assessment of Multiple Systematic Reviews 2 (AMSTAR-2). Resultados: Foram incluídas 9 das 2.197 metanálises, as quais apresentavam evidências de 50 fatores de risco, 29.272 sujeitos com transtornos alimentares e 1.679.385 controles. Embora não houvesse associação com evidências convincentes, evidências altamente sugestivas apoiaram a associação entre abuso sexual infantil e bulimia nervosa (k = 29, 1.103 casos com distúrbios alimentares, 8.496 controles, RC, 2,73, IC95% 1,96-3.79, p = 2,1x10-9, qualidade AMSTAR-2 moderada) e entre vitimização por provocação relacionada à aparência e quaisquer transtornos alimentares (k = 10, 1.341 casos com transtornos alimentares, 3.295 controles, RC 2,91, IC95% 2,05-4,12, p = 1,8x10-9, qualidade AMSTAR-2 moderada). Evidências sugestivas, fracas ou nenhuma evidência sustentaram 11, 29 e 8 associações, respectivamente. Conclusões: Evidência mais confiáveis indicam que eventos traumáticos e estressantes precoces são fatores de risco de transtornos alimentares. São necessários estudos de coorte colaborativos prospectivos maiores para identificar fatores de risco de transtornos alimentares, especialmente a anorexia nervosa

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