Revista Cubana de Estomatología ()
Pigmentações extrínsecas negras do esmalte em Odontopediatria
Abstract
As pigmentações negras do esmalte se devem à coloração extrínseca e estão associadas com problemas estéticos. O objetivo é apresentar dois casos clínicos de crianças com pigmentações extrínsecas negras do esmalte dentário, com ênfase no tipo de tratamento e no acompanhamento. Trata-se de um paciente de 5 anos de idade que utilizava constantemente sulfato ferroso para tratamento de anemia por deficiência de ferro; e outro paciente de 12 anos de idade com diabetes mellitus tipo 1 e dermatomiosite. No primeiro caso observou-se a presença de pigmentações negras extrínsecas nos dentes decíduos e nos primeiros molares permanentes, principalmente nas superfícies lingual e vestibular na região cervical e terço médio, além de lesões de cárie incipientes nas superfícies oclusais dos molares e manchas brancas ativas nos primeiros molares permanentes. No segundo caso, havia pigmentações negras extrínsecas na região cervical das superfícies lisas dos dentes decíduos e permanentes. No primeiro caso, foi realizado tratamento para remoção das pigmentações negras e polimento dos dentes por meio de profilaxia profissional com creme dental abrasivo que contém pedra pomes microgranulada. Houve uma melhora no aspecto clínico a partir da segunda sessão e finalizado na quinta sessão. Para o caso 2, observou-se dificuldade na remoção de manchas pigmentadas na região cervical e risco de sangramento gengival. Uma vez que a criança necessitava de antibiótico profilático, optamos pelo controle diário de biofilme e não remoção pela profilaxia profissional, uma vez que o paciente não se queixava do impacto estético. Conclui-se que as pigmentações negras extrínsecas podem ser observadas facilmente em crianças, e ainda que haja um comprometimento estético, não traz danos à manutenção da saúde bucal. Cabe ressaltar que não está claro como sua presença na superfície dentária reduz a suscetibilidade à cárie. Além disso, a escolha do tratamento sempre deverá ser baseada no risco-benefício para o paciente.