Nova Revista Amazônica (Apr 2020)

INTERCOMPREENSÃO NA ESCRITA DE LÍNGUAS-CULTURAS INDÍGENAS: O CASO DA FAMÍLIA JÊ

  • Francinete de Jesus Pantoja Pantoja Quaresma,
  • Karina Figueiredo Gaya,
  • Marília de Nazaré de Oliveira Ferreira

DOI
https://doi.org/10.18542/nra.v8i1.8622
Journal volume & issue
Vol. 8, no. 1
pp. 93 – 111

Abstract

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As comunidades falantes de línguas indígenas, sobreviventes no século XIX, buscam alternativas para a preservação dessas línguas não somente por meio da descrição delas, mas também na educação escolar indígena, com o uso de metodologias de ensino-aprendizagem eficientes que auxiliem a prática do professor indígena na sala de aula. A intercompreensão entre línguas aparentadas é uma metodologia de ensino de língua, aplicada na Europa, cujos resultados satisfatórios levam o aluno estratégias de transferências linguísticas e de autonomia de aprendizado a partir da leitura de textos escritos em línguas pertencentes a uma mesma família, possibilitando ao falante interagir em sua língua materna com falantes de outras línguas. Em meio aos povos indígenas das etnias Parkatêjê, M?b?ngôkre e Tapajuna, a intercompreensão pode surgir como uma possibilidade de desenvolvimento do repertório linguageiro de falantes indígenas. Para tanto, faz-se necessário instrumentalizar o professor indígena nessa metodologia, a fim de que ele possa adotá-la em suas aulas de língua indígena. Esse, portanto, é o propósito deste estudo. A teórica que fundamenta este trabalho é pautada na Descrição de Línguas Indígenas e na Linguística Aplicada, sobretudo nos estudos de pesquisadores europeus. Assim, discutimos o assunto a partir de Rodrigues (1993; 1999; 2003), Seki (2000), Cuq (2003), Escudé e Janin (2010), QECR (2001; 2007) e Hugues (2016). A metodologia aplicada para a realização do mesmo foi a pesquisa de cunho bibliográfica