Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

DETECÇÃO DE HEMOFAGOCITOSE EM SANGUE PERIFÉRICO EM PACIENTE COM LINFOMA FOLICULAR – RELATO DE CASO

  • AP Barbosa,
  • CF Matias,
  • LAM Oliveira,
  • S Ripoli,
  • AF Sandes

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S112

Abstract

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Objetivo: Relatar a detecção de hemofagocitose em amostra de sangue periférico em um paciente com linfoma folicular. Material e métodos: Recebemos hemograma de uma paciente de 67 anos, sexo feminino, diagnosticada com linfoma não Hodgkin folicular, internada na unidade de terapia intensiva por piora do quadro inflamatório. O exame foi processado em analisador hematológico automatizado, tendo sido obtidos os seguintes parâmetros: leucócitos: 1920/mm3, neutrófilos: 1770/mm3, linfócitos: 10/mm3, monócitos: 140/mm3, hemácias: 2,82 milhões/mm3, HB: 8,5 g/dL, HT: 25,4%, plaquetas: 36000/mm3). O esfregaço sanguíneo foi corado em equipamento semi-automatizado e realizada a análise microscópica óptica. Resultado: Na análise morfológica do esfregaço sanguíneo foi observada a presença de hemofagocitose, com presença de monócitos fagocitando neutrófilos. Discussão: A Síndrome Hemofagocítica é uma doença caracterizada por resposta inflamatória exacerbada associada à excessiva, porém ineficiente, atividade do sistema imune. Ela pode ser classificada como primária (hereditária) ou secundária (adquirida). A síndrome hemofagocítica adquirida pode ser secundária a infecções, neoplasias, doenças reumatológicas ou doenças metabólicas. O diagnóstico clínico de síndrome hemofagocítica baseia-se na presença de cinco dos nove critérios clínicos e laboratoriais: febre, esplenomegalia, citopenias em duas ou mais linhagens no sangue periférico, hipertrigliceridemia, hipofibrinogenemia, elevação de ferritina, diminuição de atividade de células NK, elevação do CD25 solúvel e detecção de hemofagocitose na medula óssea, no baço ou linfonodos. Para detecção de hemofagocitose é necessário a realização de exames invasivos, como mielograma e biópsia de medula óssea. No entanto, a detecção de hemofagocitose em sangue periférico pode ser considerada como um critério positivo para síndrome hemofagocítica, como observado no presente caso. Conclusão: A síndrome hemofagocítica é uma doença grave cujo diagnóstico é dependente da detecção de hemofagocitose em medula óssea, além de outros critérios clínicos e laboratoriais. A avaliação cuidadosa de um esfregaço de sangue periférico em pacientes com suspeita de síndrome hemofagocítica pode auxiliar na detecção precoce de hemofagocitose, evitando a realização de exames invasivos.