Brazilian Journal of Psychiatry (Dec 2012)

Antenatal depression strongly predicts postnatal depression in primary health care Depressão antenatal prediz fortemente depressão pós-parto na atenção básica à saúde

  • Alexandre Faisal-Cury,
  • Paulo Rossi Menezes

Journal volume & issue
Vol. 34, no. 4
pp. 446 – 450

Abstract

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OBJECTIVE: To estimate the association between antenatal and postnatal depression and to examine the role of socioeconomic conditions in the risk of postnatal depression. METHODS: A prospective cohort study, conducted between May 2005 and January 2006, with 831 pregnant women recruited from primary care clinics in the public sector in the city of São Paulo, Brazil. The presence of antenatal and postnatal depression was measured with the Self Report Questionnaire (SRQ-20). Sociodemographic and socioeconomic characteristics and obstetric information were obtained through a questionnaire. Crude and adjusted risk ratios (RR), with 95% CI, were calculated using a Poisson regression. RESULTS: The prevalence of postnatal depressive symptoms was 31.2% (95%CI: 27.8-34.8%). Among the 219 mothers who had depressive symptoms, nearly 50% had already shown depressive symptoms during pregnancy. Women who had antenatal depression were 2.4 times more likely to present with postnatal depression than were women who did not have such symptoms during pregnancy. In the multivariate analysis, higher scores for assets (RR: 0.76, 95% CI 0.61-0.96), higher education (RR: 0.75 95%CI 0.59-0.96), daily contact with neighbors (RR: 0.68, 95%CI 0.51-0.90) and antenatal depression (RR: 2.44, 95%CI 1.93-3.08) remained independently associated with postnatal depression. CONCLUSIONS: Antenatal and postnatal depression are highly prevalent in the primary care setting.OBJETIVO: Estimar a associação entre depressão pré-natal e pós-natal, e examinar o papel das condições sócioeconômicas sobre o risco de depressão pós-parto. MÉTODOS: Estudo de coorte prospectivo, realizado entre maio de 2005 e janeiro de 2006, com 831 gestantes recrutadas de clínicas de cuidados básicos, do setor público, na cidade de São Paulo, Brasil. Presença de depressão pré-natal e pós-natal foi medida com o Self Report Questionnaire (SRQ-20). Características sócio-demográficas e socioeconômicas, e informações obstétricas foram obtidas através de um questionário. Riscos relativos (RR), bruto e ajustado, com IC de 95%, foram calculados usando Regressão de Poisson. RESULTADOS: A prevalência de sintomas depressivos pós-natal foi de 31,2% (IC95% 27,8-34,8%). Entre as 219 mães que tinham sintomas depressivos, quase 50% já haviam mostrado sintomas depressivos durante a gravidez. Mulheres que tiveram depressão pré-natal tiveram risco 2,4 vezes maior de apresentar depressão pós-parto do que as mulheres que não tiveram tais sintomas durante a gravidez. Na análise multivariada, maior escore de bens (RR: 0,76; IC95% 0,1-0,96), maior escolaridade (RR: 0,75; IC95% 0,59-0,96), contacto diário com vizinhos (RR: 0.68; IC95% 0,51-0,90) e depressão pré-natal (RR:2,44; IC95% 1,93-3,08) permaneceram independentemente associadas com depressão pós-parto. CONCLUSÕES: Depressão pré-natal e pós-natal são altamente prevalentes na atenção primária, e profissionais de saúde devem ser treinados para realizar intervenções simples e eficazes, o mais precocemente possível.

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