Revista Agrogeoambiental (Aug 2009)
Seletividade de produtos fitossanitários utilizados na cultura do morangueiro a Phytoseiulus macropilis (Banks) (Acari: Phytoseiidae) em condições de laboratório
Abstract
O morangueiro (Fragaria x ananassa Duch) representa hoje uma das mais importantes culturas agrícolas do Sul de Minas Gerais, e também relevante no cenário nacional. É intenso o emprego de agrotóxicos no manejo de pragas nessa cultura. Dentre as pragas, os ácaros destacam-se pelo seu alto potencial biótico, elevado prejuízo provocado aos agricultores e pela grande dificuldade de controle com agrotóxicos convencionais devido ao surgimento de populações resistentes dessa praga na cultura. Para realizar o controle do ácaro-praga Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae), o predador Phytoseiulus macropilis (Banks) (Acari: Phytoseiidae) vem sendo empregado em lavouras de morango dessa região com sucesso. Porém, alguns pesticidas causam efeito nocivo a essa espécie de predador. Perante esse problema, torna-se necessário estudos com agrotóxicos que possam ser inócuos ao ácaro predador e possuam um baixo espectro de ação, podendo, serem utilizados na Produção Integrada de Morango (PIMo). O objetivo do trabalho foi avaliar a seletividade de produtos fitossanitários utilizados na cultura do morangueiro a P. macropilis em condições de laboratório. Foram conduzidos três bioensaios no Laboratório de Controle Biológico do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, Campus Inconfidentes. Os produtos testados, em g de i.a. L -1 de água foram: abamectina (0,1), fempropatrina (0,065), propargito (0,03), iprodiona (0,15), azoxistrobina (0,02) e enxofre (0,3). Avaliaram-se o efeito dos compostos sobre a mortalidade dos indivíduos por meio da aplicação direta sobre adultos de P. macropilis, da ingestão de presas contaminadas, e do contato dos predadores com superfícies tratadas. Independente da forma de contato, abamectina mostrou-se prejudicial a P. macropilis. Fempropatrina, propargito, iprodiona, azoxistrobina e enxofre não afetaram o predador e foram classificados como inócuos para esse predador em condições de laboratório, segundo escala de toxicidade proposta pela IOBC. Compostos seletivos podem ser empregados no manejo integrado de pragas em morangueiros em associação com o predador P. macropilis.