Geologia USP. Série Científica (Oct 2004)
Comportamento da Gasolina com Etanol (E-20) e da Gasolina Pura Após a Simulação de um Vazamento em Colunas de Laboratório
Abstract
A gasolina que é comercializada no Brasil sofre a adição de etanol em frações que podem variar de 20 a 24%. Este aditivooxigenado aumenta a octanagem e reduz a emissão de monóxido de carbono para a atmosfera. Vazamentos em tanques dearmazenamento subterrâneos e linhas de distribuição podem causar a contaminação do solo e das águas subterrâneas, sendoque a característica co-solvente do etanol altera o comportamento da gasolina em subsuperfície, portanto, esta pesquisa tevecomo objetivo estudar a relação existente entre a espessura encontrada nos poços de monitoramento e no meio poroso, tantopara gasolina pura quanto para a E-20 (80% de gasolina e 20% de etanol), após a simulação de um vazamento em subsuperfície,utilizando colunas de areia em laboratório, visto que esta relação é de extrema importância para o cálculo preciso do volumedo contaminante a ser bombeado, no caso de vazamentos de combustível. Duas colunas foram confeccionadas utilizando-sedois tubos de acrílico transparente com 100 cm de comprimento e 23 cm de diâmetro interno que foram fixados a uma base deacrílico transparente com 0,60 cm de espessura. As colunas foram preenchidas com areia de granulometria muito fina(0,088 mm). Os resultados obtidos mostraram que a espessura aparente da gasolina pura foi 2,6 vezes superior à espessurareal da fase livre e a espessura aparente da E-20 foi 0,6 vezes superior à espessura real da fase livre para o meio porosoavaliado. A tensão interfacial da E-20 foi 67% inferior à tensão interfacial da gasolina pura, possibilitando que uma quantidademaior de poros fosse acessada, refletindo em valores de saturação total 54% superiores ao da gasolina pura.