Debates em Psiquiatria (Nov 2024)

Hipomania induzida por aripiprazol em uma paciente com depressão resistente ao tratamento

  • Dennison Carreiro Monteiro,
  • João Cortez de Oliveira,
  • Thamires da Silva Sampaio Medrado,
  • Víctor Câmara Gusmão Cardoso,
  • Vitor Gama Vieira de Araújo Régis

DOI
https://doi.org/10.25118/2763-9037.2024.v14.1340
Journal volume & issue
Vol. 14

Abstract

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Introdução: O aripiprazol é classificado como um antipsicótico atípico de terceira geração e amplamente utilizado nos transtornos psicóticos, episódios de mania/hipomania e no transtorno depressivo maior resistente ao tratamento. Exerce sua ação através do agonismo parcial nos receptores dopaminérgicos D2 e no serotoninérgico 5-HT1A, além do antagonismo nos receptores 5-HT2A, sendo a indução de mania/hipomania um evento considerado raro. Apresentação do caso: Este relato descreve o caso de uma mulher de 63 anos, com transtorno depressivo persistente, que apresentou quadro de hipomania logo após iniciar aripiprazol em baixa dose (5 mg em dias alternados), para potencialização antidepressiva. Método: Relato de caso. CAAE: 82055624.7.0000.5192 Parecer N. 7.062.61 Discussão: A prescrição do aripiprazol em doses reduzidas tem efeito predominantemente “estimulante”, podendo desencadear sintomas de hipomania/mania. Constata-se que os sintomas podem iniciar de maneira precoce e que não há indícios de relação entre a quantidade de medicamento prescrito e o momento de início, intensidade ou duração das mudanças de humor. A prevalência real desses eventos pode ser subestimada, frequentemente confundidos com acatisia, dificultando o diagnóstico. Conclusões: Destaca-se a necessidade de cautela e vigilância quanto a eventuais alterações de humor quanto prescritas baixas doses de aripiprazol para pacientes com transtorno depressivo resistente.

Keywords