Revista Panamericana de Salud Pública (May 2019)

Consumo de carne vermelha e processada, resistência insulínica e diabetes no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)

  • Carla Moronari de Oliveira Aprelini,
  • Vivian Cristine Luft,
  • Gustavo Velásquez Meléndez,
  • Maria Inês Schmidt,
  • José Geraldo Mill,
  • Maria del Carmen Bisi Molina

DOI
https://doi.org/10.26633/RPSP.2019.40
Journal volume & issue
Vol. 43, no. 1
pp. 1 – 10

Abstract

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Objetivo. Investigar a associação entre consumo de carne vermelha e processada e a ocorrência de novos casos de resistência insulínica (RI) e diabetes mellitus (DM) em participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Métodos. Estudo de coorte com 15 105 servidores públicos (idade: 35 a 74 anos). Dados bioquímicos, antropométricos, socioeconômicos e de estilo de vida foram coletados na linha de base (2008–2010) e na segunda onda (2012–2014). O consumo de carnes (g/dia) foi estimado por questionário de frequência alimentar. Para categorizar baixo, médio e alto consumo as variáveis independentes foram divididas em tercis. DM foi diagnosticado como glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL, glicose pós-sobrecarga ≥ 200 mg/dL ou hemoglobina glicada ≥ 6,5. RI foi determinada pelo índice HOMA-IR com pontos de corte construídos a partir do percentil 75 da amostra. Resultados. Homens e participantes com menor renda e escolaridade relataram maior consumo de carne vermelha e processada. Maior consumo de carne processada (último tercil, > 27,1 g/dia) associou-se a novos casos de RI em homens (OR = 1,68; IC95%: 1,31 a 2,16) e mulheres (OR = 1,23; IC95%: 1,00 a 1,52). Alto consumo de carne vermelha aumentou em 40% (IC95%: 1,04 a 1,96) a chance de novos casos de DM em homens. Conclusões. O consumo elevado de carne vermelha e processada teve impacto negativo na saúde dos participantes. O consumo moderado de carnes pode ser recomendado para a população em geral e para prevenção do DM.

Keywords