Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

ANÁLISE DOS CUSTOS POR INTERNAÇÃO DE PACIENTES COM SEPSE NO BRASIL DE 2011 A 2020

  • Layane Oliveira da Silva,
  • Isabela Silva Slongo,
  • Gabriel Oliveira Schindler Coutinho,
  • Priscila Hipólito Silva Reis

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103324

Abstract

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Introdução/objetivo: A sepse é uma condição médica grave e potencialmente fatal, caracterizada por uma resposta desregulada do organismo a uma infecção. Compreender os custos envolvidos na internação desses pacientes é fundamental para melhorar a gestão dos recursos e o planejamento de políticas de saúde eficientes. O objetivo deste estudo é analisar os custos relacionados à internação de pacientes com sepse no Brasil durante o período de 2011 a 2020. Métodos: Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo descritivo acerca da análise de custos das internações por sepse no Brasil entre 2011 e 2020. Foram utilizados dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/DATASUS), com as variáveis: região, caráter de atendimento e valor total. Dispensa-se apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa por terem sido utilizados dados públicos e gratuitos, sem identificação dos participantes. Resultados: Entre 2011 a 2020 foram registrados um total de 1.092.354 de internações por septicemia no Brasil, sendo a maioria na região Sudeste, com 563.982 casos (51,1%), seguido do Nordeste, com 216.007 (20,4%), Sul com 206.306 (17,4%), Norte com 57.606 (6,9%) e, Centro-oeste, com 48.453 (4,0%). Nesse período, foram gastos R$ 3.917.479.007,05 na internação dos pacientes com a doença, sendo o ano de 2019 o ano com mais custos (26,8%; n=522.385.811,92) e 2011 o ano com menos custos (23%; n=240.333.374,13). Havia uma tendência de crescimento de 2011 até 2019, quando foi observada uma queda em 2020 (465.220.605,73). No que tange às macrorregiões, há uma predominância de custos no Sudeste (47,8%, n=2.142.322.870), seguido pelo Nordeste (19,8%, n=726.211.330,23), Sul (17,5%, n=685.709.031,45), Norte (4%, n=183.354.018,28) e, Centro-Oeste (10,6%, n=179.881.757,03). Conclusão: A análise revelou uma tendência de crescimento nos gastos com sepse ao longo dos anos, com uma queda em 2020 possivelmente relacionada à pandemia de COVID-19. A região Sudeste apresentou os maiores custos, seguida pelo Nordeste e Sul. Esses resultados destacam a necessidade de estratégias eficazes de prevenção e gestão da sepse, visando à redução dos custos e à melhoria dos resultados clínicos. A implementação de protocolos de tratamento e ações de conscientização podem desempenhar um papel crucial na mitigação do impacto financeiro da sepse e no aprimoramento do sistema de saúde como um todo.

Keywords