Revista de Saúde Pública (Dec 2013)

Carie dentaria e necessidades de tratamento em adolescentes paulistas

  • Maria da Luz Rosario de Sousa,
  • Maria Paula Maciel Rando-Meirelles,
  • Luisa Helena do Nascimento Torres,
  • Antonio Carlos Frias

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2013047004340
Journal volume & issue
Vol. 47, no. suppl 3
pp. 50 – 58

Abstract

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OBJETIVO: Estimar a prevalência de cárie dentária e necessidades de tratamento em crianças de 12 anos e adolescentes. MÉTODOS: Estudo transversal com base nos resultados dos levantamentos epidemiológicos Condições de Saúde Bucal no Estado de São Paulo em 2002 e Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SBBrasil) 2010. Foram analisados os dados secundários de 5.782 crianças (2002) de 12 anos e outras 369 (2010); e para a faixa de 15 a 19 anos foram analisados 880 jovens (2002) e 300 jovens em 2010. A experiência de cárie foi avaliada pelo índice CPOD (dentes cariados, perdidos e obturados) e foram verificadas as necessidades de tratamento odontológico segundo os critérios propostos pela Organização Mundial da Saúde. O índice Significant Caries Index foi empregado para medir a severidade da cárie no terço do grupo que apresentou maior prevalência da doença. Para a análise dos resultados utilizaram-se os testes de Qui-quadrado e Mann-Whitney, com nível de 5% de significância. RESULTADOS: Houve diminuição de 39,3 pontos percentuais no índice CPOD aos 12 anos (p < 0,001) e de 41,1 pontos percentuais nos adolescentes (p < 0,001) entre 2002 e 2010, e aumento de aproximadamente 161,0 pontos percentuais e 303,0 pontos percentuais no grupo livres de cárie, respectivamente. A porcentagem de dentes restaurados diminuiu nos dois grupos etários, mas a prevalência de dentes cariados não se alterou para o grupo de alta experiência de cárie. No grupo de baixa experiência de cárie ocorreu diminuição do componente perdido para os adolescentes e aumento do componente cariado aos 12 anos e adolescentes. Houve aumento da necessidade de tratamento endodôntico no grupo total e no de alta experiência de cárie aos 12 anos; e entre os adolescentes a necessidade de restauração de duas ou mais faces diminuiu no grupo todo e também no de baixa experiência. CONCLUSÕES: A diminuição da necessidade de tratamento de baixa complexidade entre adolescentes sugere que as ações de promoção e prevenção estão afetando positivamente esse grupo. Além disso, os dois levantamentos epidemiológicos no estado de São Paulo mostram melhorias na condição de saúde bucal dos grupos etários estudados e que se faz necessário o monitoramento direcionado também para o grupo de baixa experiência de cárie.

Keywords