Letras de Hoje (Jan 2011)
Poema sujo: dois tempos, dois sujeitos num corpo lírico = Dirty poem: two times, two subjects in a lyrical body
Abstract
O Poema sujo, de Ferreira Gullar, é o corpo lírico sobre o qual especulamos a existência da voz de um sujeito histórico transubstanciada numa linguagem que acolhe o passado e o presente no mesmo instante. Essa voz possui a aparência do real, sem sê-lo; nela há signos que atestam o objeto temporal situado, ao mesmo tempo em que o fazem eterno. No encontro do regime estético da arte proposto por Jacques Ranciére, com a ideia de memória engajada síntese teórica de proposições de Jean Paul Sartre e Paul Ricoeur discutimos o duplo caráter desse poema que tem sido visto apenas como memorialístico, afirmando o dasein de uma poética de amalgamento de pensamento e linguagem