Jornal Brasileiro de Pneumologia (Nov 2009)

Pneumonia associada à ventilação mecânica: epidemiologia e impacto na evolução clínica de pacientes em uma unidade de terapia intensiva Ventilator-associated pneumonia: epidemiology and impact on the clinical evolution of ICU patients

  • Pedro Mendes de Azambuja Rodrigues,
  • Edgard do Carmo Neto,
  • Luiz Rodrigo de Carneiro Santos,
  • Marcos Freitas Knibel

DOI
https://doi.org/10.1590/S1806-37132009001100005
Journal volume & issue
Vol. 35, no. 11
pp. 1084 – 1091

Abstract

Read online

OBJETIVO: Apesar de representar uma das principais causas de infecção nosocomial, o papel da pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) no prognóstico ainda permanece indefinido. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto dessa doença na evolução clínica dos pacientes. MÉTODOS: Estabeleceu-se uma coorte prospectiva de 233 pacientes sob ventilação mecânica (grupo PAV, n = 64; grupo controle, n = 169). Os desfechos primários foram tempo de ventilação mecânica (TVM), tempo de permanência na UTI (TUTI), tempo de permanência hospitalar (TH) e mortalidade na UTI. Os desfechos secundários foram mortalidade hospitalar, perfil microbiológico, uso prévio de antibióticos e fatores de risco para PAVM. RESULTADOS: Os desfechos dos grupos controle e PAVM foram, respectivamente, os seguintes: mediana do TVM (dias), 9 (intervalo interquartílico [II]: 5-15) e 23 (II: 15-37; p OBJECTIVE: Although ventilator-associated pneumonia (VAP) is a major cause of nosocomial infection, its role in the prognosis of patients remains undefined. The objective of this study was to evaluate the impact of VAP on the clinical evolution of patients. METHODS: This was a prospective cohort study involving 233 patients on mechanical ventilation (VAP group, n = 64; control group, n = 169). Primary outcomes were time on mechanical ventilation (TMV), time in ICU (TICU), overall length of hospital stay (LHS) and in-ICU mortality. Secondary outcomes were in-hospital mortality, microbiological profile, prior use of antibiotics and risk factors for VAP acquisition. RESULTS: Control and VAP group outcomes were, respectively, as follows: median TMV (days), 9 (interquartile range [IQR]: 5-15) and 23 (IQR: 15-37; p < 0.0001); median TICU (days), 12 (IQR: 8-21) and 27 (IQR: 17-42; p < 0.0001); median LHS (days), 33 (IQR: 18-64) and 46 (IQR: 25-90; p = 0.05); and in-ICU mortality, 38% (95% CI: 31-45) and 55% (95% CI: 42-67; p = 0.02). VAP was a predictor of in-ICU mortality (OR = 3.40; 95% CI: 1.54-7.48). TMV (OR = 2.27; 95% CI: 1.05-4.87) and prior use of antibiotics (OR = 1.07; 95% CI: 1.04-1.10) were risk factors for VAP. VAP did not affect in-hospital mortality. Acinetobacter spp. was the most common isolate (28%). Inappropriate empirical antibiotic therapy was administered in 48% of cases. CONCLUSIONS: In this study, there was a high incidence of infection with resistant bacteria and inappropriate initial antibiotic therapy. Long TMV and prior use of antibiotics are risk factors for VAP.

Keywords