Albuquerque (Aug 2023)

Aparências ousadas

  • Claudia de Oliveira,
  • Everton Vieira Barbosa ,
  • Carolina Casarin da Fonseca Hermes

DOI
https://doi.org/10.46401/ardh.2023.v15.19295
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 29

Abstract

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Apresentação do Dossiê Aparências ousadas: novas histórias sobre o vestir, o consumo e a emancipação feminina entre 1850 e 1950. A História do Vestir ou “Study of Dress History” (TAYLOR, 2002, p. 30) busca alinhar abordagens da cultura material baseadas em objetos, como as roupas, a partir de um perspectiva transdisciplinar. As roupas mostram a mobilidade de seus usuários e seu gosto em diálogo com a moda, associados às atividades que realizam, para enfatizar uma determinada aparência na construção da noção de pessoa (“eu”) e sua individualidade (MAUSS, 1950, p. 365). Nesse sentido, a indumentaria tem um papel fundamental no campo da arte e da cultura, como adorno do corpo, como produção de sentido e expressão performática das subjetividades. O fenômeno da moda como valor intrínseco de mudança, que se inicia no século XIV, se desenvolverá plenamente durante o século XIX, com seus rituais e instituições, resultante de uma sociedade constituída sobre o indivíduo. A dinâmica da moda, alimentada pelo consumo em renovação constante, revela uma concessão linear do tempo, característica do Ocidente moderno, opondo-se, portanto, ao tempo cíclico dos mitos e do tempo imóvel do sagrado, como concebido pelas sociedades tradicionais. A aparência corporal inclui a forma como os sujeitos sociais interferem no corpo, o conjunto das características físicas constantes ou variantes (pelos, estatura, traços do rosto), as atitudes corporais (posturas, expressões, mímicas) e seus atributos (trajes, penteados, maquiagens, acessórios). É justamente essa apreensão total do corpo pela cultura que merece ser investigada em seus diversos desdobramentos. Em modas ousadas propomos agrupar pesquisas que tomem o vestir, a moda e a aparência feminina no Brasil entre 1850 e 1950 em conjunto com movimentos emancipatórios, tanto a nível comportamental como aqueles diretamente vinculados a luta por direitos políticos e equiparações entre homens e mulheres. Por fim, o dossiê em questão além de estabelecer um novo espaço de discussão, reflexão e encontros, acentua o histórico de lutas e, sobretudo, conquistas traçadas, ainda em constante construção no almejo de um futuro mais simétrico e proporcional.

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