Revista de Saúde Pública (Jun 2012)

Avaliação da conduta conservadora na lesão intraepitelial cervical de alto grau Evaluación de la conducta conservadora en la lesión intraepitelial cervical de alto grado Evaluation of conservative management of high-grade cervical squamous intraepithelial lesion

  • Nelson Shozo Uchimura,
  • Taqueco Teruya Uchimura,
  • João Paulo de Oliveira Branco Martins,
  • Fernando Assakawa,
  • Liza Yurie Teruya Uchimura

Journal volume & issue
Vol. 46, no. 3
pp. 466 – 471

Abstract

Read online

OBJETIVO: Analisar a associação entre a conduta conservadora em lesão intraepitelial cervical de alto grau com o índice de recidiva da neoplasia e faixa etária. MÉTODOS: Estudo transversal e retrospectivo realizado com 509 mulheres (15-76 anos) atendidas no período de 1996 a 2006, com colpocitologia oncótica alterada, em um serviço público de referência em Maringá, PR. Os dados foram coletados dos prontuários médicos e estudadas as variáveis diagnóstico definitivo, tipos de tratamento, ocorrência da lesão e recidivas, analisados por meio de testes de associação de qui-quadrado de Pearson e teste exato de Fisher. RESULTADOS: A lesão intraepitelial cervical de alto grau ocorreu em 168 casos; destes, 31 mulheres foram submetidas à amputação cônica, 104 a cirurgias de alta frequência, nove histerectomizadas e 24 receberam conduta conservadora. Dentre as mulheres com lesão de alto grau e tratadas de forma conservadora, oito (33,3%) recidivaram, enquanto dentre as submetidas à conduta não conservadora dez (6,9%) recidivaram, sendo essa diferença estatisticamente significante (p = 0,0009), RP = 4,8 (IC95% 2,11;10,93). Para aquelas que fizeram o seguimento clínico-citológico, três (30,0%) e, dentre as cauterizadas, cinco (35,7%) recidivaram no prazo de três anos, sem diferença significante (p = 0,5611). A recidiva abaixo e acima de 30 anos ocorreu, respectivamente, em sete (13,8%) e 11 (12,2%) mulheres (p = 0,9955). CONCLUSÕES: A idade da mulher não influencia o prognóstico de recidiva. O tratamento conservador deve ser indicado como conduta de exceção, dada a alta taxa de recidiva, e o seguimento deve ser rigoroso, com acompanhamento citológico e colposcópico de até três anos, período em que ocorre a maioria das recidivas.OBJETIVO: Analizar la asociación entre la conducta conservadora en lesión intraepitelial cervical de alto grado con el índice de reincidencia de la neoplasia y grupo etario. MÉTODO: Estudio transversal y retrospectivo realizado con 509 mujeres (15-76 años) atendidas en el período de 1996 a 2006, con colpocitología oncótica alterada, en un servicio público de referencia en Maringá, Sur de Brasil. Los datos fueron colectados de los prontuarios médicos y se estudiaron las variables diagnóstico definitivo, tipos de tratamiento, ocurrencia de la lesión y reincidencias y se analizaron por medio de pruebas de asociación de chi-cuadrado de Pearson y exacto de Fisher. RESULTADOS: La lesión intraepitelial cervical de alto grado ocurrió en 168 casos; de estos, 31 mujeres se sometieron a la amputación cónica, 104 a cirugías de alta frecuencia, nueve a histerectomías y 24 recibieron conducta conservadora. Entre las mujeres con lesión de alto grado y tratadas de forma conservadora, ocho (33,3%) reincidieron, mientras que de las sometidas a la conducta no conservadora, diez (6,9%) reincidieron, siendo esta diferencia estadísticamente significativa (p=0,0009), RP=4,8 (IC95% 2,11;10,93). En aquellas que hicieron seguimiento clínico-citológico, tres (30,0%) y, entre las cauterizadas, cinco (35,7%) reincidieron en el plazo de tres años, sin diferencia significativa (p=0,5611). La reincidencia por debajo y por encima de los 30 años ocurrió, respectivamente, en siete (13,8%) y 11 (12,2%) mujeres (p=0,9955). CONCLUSIONES: La edad de la mujer no influencia el pronóstico de la reincidencia. El tratamiento conservador debe ser indicado como conducta de excepción, dada la alta tasa de reincidencia, y el seguimiento debe ser riguroso, con acompañamiento citológico y colposcópico por inclusive tres años, período en el que ocurre la mayoría de las reincidencias.OBJECTIVE: To assess the association between conservative management of high-grade cervical squamous intraepithelial lesions and recurrence rates and age groups. METHODS: Cross-sectional, retrospective, analytical observational study of 509 women (aged 15 to 76) with abnormal Pap smears attending a public reference center in the city of Maringá, southern Brazil, from 1996 to 2006. Data was collected from medical records, and the variables definitive diagnosis, type of treatment provided, occurrence of high-grade cervical squamous intraepithelial lesions and recurrence were studied. Pearson's chi-square test and Fisher's exact test were used in the statistical analyses. RESULTS: There were 168 cases of cervical high-grade cervical squamous intraepithelial lesions, of these, 31 were treated with cold-knife conization, 104 loop electrosurgical excision procedure, 9 hysterectomy and 24 conservative treatment (i.e., clinical and cytological follow-up or cervical electrocoagulation). A total of 8 (33.3%) women receiving conservative and 10 (6.9%) receiving non-conservative management had recurrent disease and this difference was statistically significant (p=0.0009), PR = 4.8 (95%CI 2.11;10.93). Three (30.0%) women among those undergoing clinical and cytological follow-up and five 5 (35.7%) among those submitted to cervical electrocoagulation had recurrent disease within three years, but the difference was not significant (p=0.5611). Recurrent rates in those younger and older than 30 were 13.8% (7 women) and 12.2% (11 women) (p = 0.9955). CONCLUSIONS: Age is not a predictor of disease recurrence. Conservative treatment is only recommended in exceptional situations due to its high recurrence rates. Careful cytological and colposcopic follow-up is required for three years when most recurrences occur.

Keywords