Pessoa Plural (Dec 2022)

Os Modernismos e o sentido do contemporâneo em língua portuguesa

  • Sousa, Rui

DOI
https://doi.org/10.26300/4hv6-tq65
Journal volume & issue
no. 22
pp. 1 – 8

Abstract

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O percurso dos Modernismos em língua portuguesa foi-se cumprindo através de uma série de contemporaneidades e movimentos de encontro e de desencontro muito significativos, alguns dos quais deixando no ar uma interrogação ainda hoje pertinente e que terá ocorrido em algum momento aos leitores de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e outros escritores. O que teria ocorrido se essa contemporaneidade tivesse sido levada às últimas consequências, ou seja, qual teria sido o panorama da literatura em língua portuguesa ao longo do século XX se esses gigantes se tivessem correspondido, tivessem interagido criativamente e por exemplo tivessem conjugado esforços numa publicação comum, com o alcance de revistas icónicas como Orpheu (1915), Klaxon (1922-1923), Contemporânea (1915; 1922-1926), presença (1927-1940) ou a Revista de Antropofagia (1928-1929)? Pessoalmente, somo a essa interrogação uma outra que me parece igualmente muito significativa. Poderia a literatura em língua portuguesa ter-se posicionado internacionalmente, se o contacto com movimentos europeus contemporâneos, como o Dadaísmo e o Surrealismo, se tivessem dado com uma amplitude e um reconhecimento que teria de esperar até à década de 1940 para conhecer os primeiros sinais inequívocos?

Keywords