Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

PERFIL DE DOADORES COM SOROLOGIA POSITIVA PARA CHAGAS DOS DOADORES DE SANGUE DO GRUPO GSH NO ANO 2022

  • JAD Santos,
  • APC Sessin,
  • JED Giacomo,
  • RA Bento,
  • DE Rossetto,
  • APC Rodrigues

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S822 – S823

Abstract

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Objetivos: A Doença de Chagas (DC), é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi (T.cruzi) , que é transmitido pela picada ou deposição de fezes de vetores contaminados (barbeiros), sobre os tecidos cutâneos e mucosas do indivíduo. É uma das mais importantes questões de saúde pública, que atinge a América Latina e apresenta duas fases clínicas distintas: a aguda e a crônica. A triagem sorológica obrigatória para DC em bancos de sangue, foi instituída em 1969, pelo risco de contaminação em transfusões sanguíneas, com a presença do parasita no doador durante a doação de sangue e a transmissão pela infusão de hemocomponentes ocorre caso o doador tenha o agente circulante em seu sangue, e os testes de sorologia não sejam capazes de detectá-lo, por isso a importância de identificar a elegibilidade dos doadores de sangue. Esse trabalho tem como objetivo, descrever a prevalência da infecção pelo protozoário T. cruzi entre os doadores soropositivos do Grupo GSH em 2022. Método: Foi analisado os resultados da triagem sorológica, com reação positiva/indeterminada para DC, nos doadores de 11 bancos de sangue do Grupo GSH, localizados em várias regiões do país. Os dados foram obtidos através do sistema informatizado. O período analisado foi de janeiro a dezembro de 2022. Resultados: Foram analisadas 183.646 doações dos bancos de sangue do GSH no Brasil. A metodologia quimioluminescência/ABBOTT, foi utilizada para deteção do anticorpo T.Cruzi . São Paulo-SP com 38.782 doações e resultado positivo/indeterminado de 20 (0,052%); Santos-SP com 10.490 doações resultado positivo/indeterminado de 5 (0,048%); Ribeirão Preto-SP com 13.848 doações resultado positivo/indeterminado de 4 (0,029%); Araçatuba-SP com 11.122 doações resultado positivo/indeterminado de 4 (0,036%); Rio de Janeiro-RJ com 42.062 e resultado positivo/indeterminado de 15 (0,037%); Petrópolis-RJ com 17.969 e resultado positivo/indeterminado de 1 (0,006%); Recife-PE com 24.536 doações e resultado positivo/indeterminado de 4 (0,016%); Salvador-BA com 11.476 doações e resultado positivo/indeterminado de 3 (0,026%); Brasília-DF com 9.920 doações e resultado positivo/indeterminado de 6 (0,060%); Teresina-PI com 3.441 doações e resultado positivo/indeterminado de 1 (0,029%). Foi analisado também a as reações sorológicas por sexo com 53,9% em homens e 46,3% de mulheres. Discussão: Os dados mostram que apenas 63 (0,032%) das doações apresentaram sorologias positivas/indeterminadas para DC. Pelo resultado encontrado, verifica-se que a positividade em homens é superior ao sexo feminino. Pelos dados, não há diferenças dos resultados nas regiões do Brasil. Todos possuem resultado abaixo de 1%, Brasília que evidenciou um resultado um pouco superior as demais regiões. Outro ponto, é que a maioria dos doadores não respondem a convocação para esclarecer o resultado sorológico e confirmar as reações positivas/indeterminadas, que faz que indivíduos sadios sejam rotulados como portadores de uma doença grave. Conclusão: A prática transfusional é utilizada em todo o mundo e garantir a segurança dos receptores é primordial. O baixo índice de doadores soropositivos para DC, pode reduzir o risco de infecção por transfusão. A ocorrência de resultados inconclusivos indica que os métodos diagnósticos devem ser aprimorados. O desafio para os serviços de hemoterapia é evitar descartes de hemocomponentes e garantir que os doadores com o exame sorológico positivo retornem para orientação e repetição de resultados.