Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (Mar 2019)
Aspectos relacionados à segurança na farmacoterapia de pacientes com acidente vascular encefálico
Abstract
Resumo: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) apresenta um grande impacto na saúde publica do Brasil, o que justifica a melhor compreensão de seus custos sociais. Objetivos: identificar o perfil dos pacientes com AVE e aspectos relacionados à segurança no uso de medicamentos desses pacientes. Método: Estudo observacional descritivo e exploratório, por meio do qual realizou-se aplicação de questionários semiabertos a pacientes internados, com hipótese diagnóstica de AVE, e realização de consulta em prontuários informatizados. Os dados foram registrados em planilha específica, a partir da qual realizou-se análise estatística univariada. Resultados: a idade média dos usuários foi de 66,5 anos. A maioria dos casos de AVE, 74,7% (118), foram do tipo isquêmico e em 44,9% (71) dos casos os pacientes apresentaram recorrência da doença. Pacientes em uso de medicamentos crônicos corresponderam a 78,3% (123), sendo que 132 (83,6%) se disseram aderentes ao tratamento, e 46 (29,3%) afirmaram terem ingerido medicamentos e ou remédios no momento do episódio. Ressalta-se que a solução de bicarbonato com limão foi a mais utilizada nesse momento. O maior percentual de pacientes chegou ao hospital em até 4 horas, 56,4% (89), e a trombólise foi realizada em uma minoria dos pacientes, 3,2% (5). Conclusão: a idade média dos pacientes e as recidivas podem justificar a necessidade do uso de medicamentos crônicos. A adesão medicamentosa é um grave problema de saúde e de difícil quantificação, podendo esse dado estar subnotificado. O uso de automedicação em episódios de AVE apresentou-se comum e pode influenciar na segurança do paciente, devendo ser abordado pelos profissionais de saúde. O tempo de chegada ao hospital pode ser um fator que compromete a realização da trombólise.