Revista Educação Especial (Sep 2015)

A inclusão escolar e o movimento Todos Pela Educação

  • Morgana Domênica Hattge,
  • Maura Corcini Lopes

DOI
https://doi.org/10.5902/1984686X18838
Journal volume & issue
Vol. 28, no. 53
pp. 569 – 582

Abstract

Read online

DOI: http://dx.doi.org/10.5902/1984686X18838Este texto analisa a inclusão a partir de uma das cinco metas previstas em um dos mais profícuos movimentos da sociedade civil brasileira para assegurar que até o ano de 2022 todas as crianças e jovens tenham garantido o direito de acesso à escola básica de qualidade: o Todos Pela Educação, criado em 2006. Partindo de uma perspectiva genealógica no sentido que lhe atribui Michel Foucault, a pesquisa analisa a proveniência e emergência do Movimento no cenário educacional brasileiro neste início de século e suas implicações na política educacional. A referida análise genealógica visibiliza a instauração da performatividade no cenário educacional contemporâneo, entendendo-se esse conceito com base nas teorizações de Stephen Ball. A partir da análise de excertos retirados de publicações de divulgação e de relatórios de monitoramento das metas produzidos pelo Movimento Todos Pela Educação, conclui-se que a inclusão escolar no Movimento assume um caráter de minimização do risco social e que a relação da performatividade com a inclusão se constitui em um paradoxo. Se, por um lado, num sistema escolar pautado pelas exigências da performatividade, a inclusão de todos é uma condição inegociável, absolutamente necessária para reduzir o risco social e elevar o Brasil nos rankings internacionais na Educação, por outro lado, esses ditos “incluídos” ameaçam a performatividade escolar, uma vez que seus desempenhos nas avaliações de larga escala, muitas vezes, não são considerados satisfatórios para atender às metas estabelecidas pelo Movimento Todos Pela Educação.

Keywords