Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

INCLUSÃO DO ANTICORPO TCRB1 NO PAINEL LINFOPROLIFERATIVO T - EXPERIENCIA COM RELATO DE DOIS CASOS

  • CMR Franzon,
  • I Sousa,
  • BL Scarpato,
  • AOM Wagner,
  • ACW Lopes

Journal volume & issue
Vol. 43
pp. S441 – S442

Abstract

Read online

Objetivos: O diagnóstico de doenças linfoproliferativas T normalmente são um desafio devido a dificuldade de diferenciar as células T patológicas de células reacionais e também pela limitação dos testes de clonalidade atualmente disponíveis. O TCRB1 trata-se de um anticorpo monoclonal específico para a região 1 da constante da cadeia Beta do receptor de células T TCR, detectando populações clonais de células T TCRab positivas. O objetivo do presente trabalho é relatar a experiencia de dois casos de análise imunofenotípica com doenças linfoproliferativas de células T TCRab+ com a inclusão do anticorpo TCRB1 no painel linfoproliferativo T. Materiais e métodos: O painel linfoproliferativo T utilizado na rotina baseado no protocolo Euroflow teve a incorporação de um tubo adicional com o objetivo de melhorar a sensibilidade do teste. O tubo teve a inclusão do anticorpo TCRB1 na cor PE associado com os marcadores âncora CD45V500, CD3PerCpcy5, CD4V450 e CD8APCH7. Relato dos casos-caso 1: Paciente de 61 anos, sexo feminino, indicação clínica de linfocitose em hemograma com predomínio de linfócitos granulares. A amostra enviada para avaliação imunofenotípica foi de sangue periférico. Caso 2: Paciente de 55 anos, sexo masculino, indicação clínica de linfonodomegalia e suspeita de linfoma. A amostra enviada para avaliação imunofenotípica foi biopsia de linfonodo. Resultados Caso 1: Amostra de sangue periférico apresentava 60% de células de linhagem T, expressando fortemente marcador CD3 no citoplasma, expressão positiva de CD4, CD2 e marcadores NK: CD56, CD16 e Perforin citoplasma, fraca expressão de CD3 na membrana, CD8, CD5, TCR alfa/beta e expressão parcial de CD7. Observado também expressão positiva restritiva de TCRB1, indicativo de clonalidade do receptor TCR. A conclusão do laudo foi de Leucemia de Células T Grandes e Granulares. Caso 2: Amostra de biopsia de linfonodo apresentava 22% de células de linhagem T com fraca expressão de CD3 de membrana, CD4, CD5 e TCR alfa/beta, expressão positiva de CD2 e PD1 e ausência de CD7 e CD8. Observado também expressão positiva restritiva de TCRB1, indicativo de clonalidade do receptor TCR. A conclusão do laudo foi Síndrome Linfoproliferativa Crônica de Células T. Discussão: O TCRB1 detecta populações clonais de células T TCRab positivas, nos casos em que sua expressão é monotípica, ou seja, sua aplicação e similar a restrição de cadeia leve para imunoglobulina na detecção de linfoproliferações de células B. Nas células normais T CD3+ TCRab+, a expressão desse marcador é politípica, ou seja, cerca de 50% da população normal tem expressão positiva para esse marcador e a população negativa (que expressão a região 2 da constate da cadeia beta) aproximadamente com o mesmo percentual. Estudo recentes, demonstraram alta especificidade desse teste para clonalidade, desde que associado com um painel linfoproliferativo ampliado e padronizado. Os presentes casos, demonstraram boa correlação para amostras em sangue periférico e biopsia de linfonodo. Conclusão: As doenças linfoproliferativas T persistem como um desafio diagnóstico, devido a dificuldade de um teste simples para avaliação de clonalidade. No presente caso, a inclusão do anticorpo TCRB1 ao painel linfoproliferativo padronizado baseado no protocolo Euroflow aumentou a especificidade do teste para diagnóstico de doenças linfoproliferativas T, sendo um método de rápida execução e com um custo compatível a rotina laboratorial.