Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DA ALOIMUNIZAÇÃO ERITROCITÁRIA EM PACIENTES COM DOENÇA FALCIFORME

  • ACL Gomes,
  • A Kaliniczenko,
  • SHNW Penteado,
  • JO Martins

Journal volume & issue
Vol. 43
p. S385

Abstract

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Introdução: A terapia transfusional é um recurso de extrema importância no tratamento de pacientes com doença falciforme, entretanto, a repetida exposição ao sangue de doadores pode levar à produção de aloanticorpos irregulares contra antígenos eritrocitários por esses indivíduos. A aloimunização eritrocitária representa um grande problema na terapia transfusional, e é considerada uma das principais causas de complicações e mortalidade em pacientes politransfundidos. Objetivos: Avaliar a frequência da aloimunização eritrocitária em pacientes com doença falciforme e determinar a especificidade dos aloanticorpos formados. Materiais e métodos: Foi realizada uma revisão sistemática a partir de levantamento bibliográfico de artigos científicos publicados nos últimos anos nas bases de dados Pubmed, Scielo e Lilacs, utilizando as palavras-chave “aloimunização eritrocitária”, “anemia falciforme”, “doença falciforme”, “terapia transfusional” em português, e “alloimmunization”, “red blood cell alloimmunization”, “sickle cell”, “sickle cell disease” e “transfusion” em inglês. Resultados: A frequência da aloimunização eritrocitária observada nos estudos variou entre 4,1 e 51,8%, com média geral de 22,6%. Os aloanticorpos contra o sistema Rh foram os mais frequentemente observados, sendo o mais prevalente o anti-E (18,4%), seguido do anti-C (16,9%) e anti-D (10%). Aloanticorpos direcionados contra o sistema Kell (anti-K) também foram observados (6,6%). Além disso, observou-se que indivíduos que receberam mais de 10 unidades de sangue, indivíduos adultos e as mulheres apresentaram maior índice de aloimunização eritrocitária quando comparados aos demais pacientes. Conclusão: A alta taxa de aloimunização eritrocitária em pacientes com doença falciforme evidencia a importância da implementação de medidas que diminuam a ocorrência desse evento e aumentem a segurança transfusional. Medidas como a fenotipagem eritrocitária estendida e a genotipagem eritrocitária são técnicas poderosas na correspondência entre doadores e receptores, podendo ser consideradas ferramentas extremamente importantes na prevenção da formação de aloanticorpos.