Revista Brasileira de História da Ciência (Jun 2018)

“Pândegos, rábulas, gamelas”

  • Lindener Pareto Jr

DOI
https://doi.org/10.53727/rbhc.v11i1.69
Journal volume & issue
Vol. 11, no. 1

Abstract

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Este artigo analisa aspectos da formação dos campos da engenharia e da arquitetura em São Paulo em função da legislação que paulatinamente construiu uma nova ordem para os ofícios ligados à construção civil. Principais agentes da produção do espaço urbano, na passagem do século XIX para o XX, os chamados construtores ‘licenciados’ ou não-diplomados não só continuaram atuando após a regulamentação da profissão em 1933 como tiveram importante participação na constituição do mercado de trabalho, no prestígio profissional e nos mecanismos de consagração de duas das mais importantes profissões da sociedade contemporânea. No entanto, por conta de sua paulatina exclusão profissional e de seu apagamento historiográfico, ainda são interpretados como “menores” na história da arquitetura e do urbanismo. Não obstante, suas trajetórias e estratégias de adaptação aos novos tempos trazem à tona uma cidade produzida por centenas de sujeitos de múltiplas nacionalidades e práticas construtivas distintas. Portanto, não se trata apenas de narrar como e por que o movimento corporativista de engenheiros e arquitetos diplomados paulatinamente excluiu os profissionais sem diploma, mas perceber a historicidade dos conflitos que levaram ao controle de campos profissionais em formação.

Keywords