Revista Brasileira de Cancerologia (Mar 2018)

Associação entre Sarcopenia, Estado Nutricional e Qualidade de Vida em Pacientes com Câncer Avançado em Cuidados Paliativos

  • Mariana dos Santos Campello Queiroz,
  • Emanuelly Varea Maria Wiegert,
  • Larissa Calixto Lima,
  • Livia Costa de Oliveira

DOI
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2018v64n1.120
Journal volume & issue
Vol. 64, no. 1

Abstract

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Introdução: A sarcopenia pode comprometer a qualidade de vida de indivíduos com câncer. Objetivo: Avaliar a prevalência de sarcopenia e sua associação com estado nutricional e qualidade de vida em pacientes com câncer avançado em cuidados paliativos. Método: Estudo transversal com indivíduos com câncer em fase avançada, ambos os sexos, idade >20 anos, em seu primeiro atendimento na unidade de Cuidados Paliativos do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Variáveis analisadas: antropometria, força de preensão manual (FPM), Karnofsky performance status, qualidade de vida (QLQ-C15-PAL), avaliação subjetiva global produzida pelo paciente e exames laboratoriais. Para a classificação da sarcopenia, foram consideradas baixa massa muscular [circunferência muscular do braço (CMB) adequação <90%] e baixa força muscular [FPM <percentil 10]. Pacientes com baixa FPM foram agrupados como dinapênicos e com baixa adequação da CMB como atrofia muscular. O nível de significância estatístico adotado foi de 5%. Resultados: Estudaram-se 210 indivíduos, média de idade 60,6 (±13,4) anos, predomínio do sexo feminino e baixa capacidade funcional. A dinapenia esteve presente em 21,9%, a atrofia muscular em 17,1% e a sarcopenia em 32,4% da amostra. Pacientes sarcopênicos apresentaram pior estado nutricional, maiores valores de leucócitos e proteína C reativa, e menores de linfócitos e albumina quando comparados aos não sarcopênicos. Para a qualidade de vida, foi observada diferença significativa na função física entre os grupos. Conclusão: A sarcopenia está associada ao pior estado nutricional e pode potencializar o comprometimento funcional, reduzindo a qualidade de vida de pacientes com câncer avançado em cuidados paliativos.

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