Cadernos de Saúde Pública (Dec 2004)

Bambuí Project: a qualitative approach to self-medication Projeto Bambuí: uma abordagem qualitativa na investigação da automedicação

  • Antônio I. de Loyola Filho,
  • Maria Fernanda Lima-Costa,
  • Elizabeth Uchôa

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2004000600025
Journal volume & issue
Vol. 20, no. 6
pp. 1661 – 1669

Abstract

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Representations related to self-medication were investigated, seeking to identify contextual elements that can reinforce or inhibit such practice. An anthropological approach based on the model of signs, meanings, and actions was used. Twenty-nine inhabitants from the town of Bambuí, Minas Gerais State, Brazil, were interviewed (17 women and 12 men), selected among participants in a health survey that had been on medication in the previous 90 days. The research focused on the identification of different types of self-medication practiced by the interviewee or by a relative, and then "ways of thinking and behaving" associated with this practice were investigated. The influence of pharmacists/drugstore sales attendants as well as family and friends, perception of the health problem as transitory and a minor issue, familiarity with and easy access to certain pharmaceuticals, as well as difficulties in access to (and negative assessment of) health care were determinant factors for self-medication.Foram investigadas representações subjacentes à prática da automedicação, procurando-se identificar elementos contextuais que de alguma maneira reforçam ou inibem essa prática. Para tal, utilizou-se uma abordagem antropológica baseada no modelo de "Signos, Significados e Ações". Foram entrevistados 29 moradores da cidade de Bambuí, Minas Gerais, Brasil (17 mulheres e 12 homens), selecionados aleatoriamente entre participantes de um inquérito de saúde, que haviam consumido algum medicamento nos últimos noventa dias. Buscou-se identificar distintas modalidades de automedicação praticadas pelo entrevistado ou por algum familiar e, a partir daí, investigou-se as "maneiras de pensar e de agir" associadas a esta prática. Verificou-se que, a influência do balconista da farmácia, familiares e amigos, a percepção do problema de saúde como transitório e sem gravidade, a familiaridade e facilidade de acesso a certos medicamentos, bem como a disponibilidade e a percepção do atendimento médico recebido como de pior qualidade, foram fatores determinantes da automedicação.

Keywords