Revista CEFAC (Jan 2013)

Estudo eletropalatográfico de fones nasais em indivíduo com fissura labiopalatina Electropalatography of nasal phones produced by an adult with cleft lip and palate

  • Marisa de Sousa Viana Jesus,
  • Cesar Reis

Journal volume & issue
no. ahead
p. 0

Abstract

Read online

Esse estudo tem como objetivo descrever o padrão de contato entre a língua e o palato para um falante com fissura labiopalatina, na produção de fones consonantais nasais do português comparando-o a um falante sem alterações articulatórias. Por meio da eletropalatografia, são examinados os fones consonantais nasais [m], [n], [ɲ] no ponto de máxima constrição, verificando a região articulatória dessa constrição, por meio dos palatogramas fornecidos pelo programa de análise. Tais dados foram obtidos de um falante com alterações de fala em decorrência da fissura labiopalatina e de outro sem tais alterações, para efeito de comparação. Todos os fones analisados, produzidos pelo falante com fissura, mostraram variações quanto à região articulatória em que ocorreu a constrição, em relação ao falante normal. No fone [m] ocorreu simultaneamente oclusão labial e lingual, com amplo contato, quando o que se espera é coprodução com a vogal que se segue; no fone [n] houve recuo da língua, com constrição na região palatal; e no fone [ɲ] a constrição ocorreu em uma região mais anteriorizada, em relação ao falante normal, isto é, com avanço da língua. Tais produções consonantais eram percebidas auditivamente como distorções, mas não havia uma caracterização clara dos ajustes articulatórios usados na sua produção. Os fones nasais podem apresentar-se alterados na fala de indivíduo com fissura palatina, sendo a eletropalatografia um recurso tecnológico que possibilita a observações detalhada dessas alterações na fala.This study has the aim of describing the pattern of contact between the tongue and the palate comparing a cleft lip´s speaker in producing nasal consonants phones in Portuguese with a speaker with no articulatory alterations. Through electropalatography, it is examined the nasal consonant phones [m], [n] [ɲ] at the point of maximum constriction, checking the region of articulatory constriction, through palatograms provided by the program of analysis. These data were obtained from a speaker without speech disorder and a speaker with sequel of cleft lip and palate, in order to compare. All the analyzed phones produced by the speaker with cleft showed variations in the region in which articulatory constriction occurred, in relation to the normal speaker. On the phone [m] there was contact between the tongue and the palate, even in case of a bilabial phone; on the phone [n], there was a retreat of the tongue and a constriction in the palatal region and on the phone [ɲ], the constriction occurred in a more anterior region in relation to the normal speaker, that is, with the tongue forward. Such productions were consonant perceived auditory as distorted, but there wasn't a clear characterization of the articulatory adjustments used in its production. The nasal phones can be altered in the case of cleft lip and palate and the use of appropriate technology for evaluation of speech is an important resource for this analysis.

Keywords