Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Jan 1999)

Tumores pélvicos em mulheres na pós-menopausa Pelvic tumors in postmenopausal women

  • Francisco Cyro Reis de Campos Prado Filho,
  • Jurandyr Moreira de Andrade,
  • Cláudia Lemos da Silva,
  • Francisco José Cândido dos Reis,
  • Antônio Alberto Nogueira,
  • Maria Matheus de Sala,
  • Sérgio Bighetti

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-72031999000100008
Journal volume & issue
Vol. 21, no. 1
pp. 47 – 54

Abstract

Read online

Objetivos: avaliar aspectos clínicos e ultra-sonográficos de tumores pélvicos na pós-menopausa e correlacioná-los com o diagnóstico final. Pacientes e Métodos: foram seguidas prospectivamente 36 mulheres menopausadas com diagnóstico de tumor pélvico com avaliação clínica e ultra-sonografia endovaginal. Foi definida conduta de observação em tumores císticos anecóicos e/ou com septo fino único e volume inferior a 50 cm³. Foi realizada punção em tumores com as mesmas características e volume entre 50 e 100 cm³ e laparotomia exploradora para os demais casos. O diagnóstico final definiu dois grupos de pacientes: patologia benigna (28) e maligna (8). Resultados: tumores císticos anecóicos com septo fino único são indicativos de benignidade (p = 0,0091), ao passo que a presença de tumor com áreas sólidas (mistos) é indicativa de malignidade (p = 0,0024). Ascite correlacionou-se com tumores malignos (p = 0,0278). Heterogeneidade do tumor, espessamento de cápsula, septação grosseira e vegetação prevalecem nos casos malignos mas sem significância (p > 0,05). O volume tumoral é parâmetro indicativo de malignidade com mediana de 85,2 cm³ em benignos e 452,5 cm³ em malignos (p = 0,0048), estabelecendo-se corte em 295 cm³ (sensibilidade = 83,3% e especificidade = 85,2%). Com estes critérios todas pacientes com tumores malignos foram submetidas à laparotomia e 11 pacientes com tumores benignos foram tratadas de forma conservadora (39,3% dos casos benignos). Conclusão: a conduta conservadora é adequada a mulheres com tumores pélvicos de pequeno volume, anecóicos ou com septo fino, sem ascite. A diferenciação de tumores complexos e/ou volumosos benignos e malignos necessita de investigação complementar.Purpose: to evaluate clinical and ultrasonic findings in patients with pelvic tumors at postmenopause and to correlate them with the final diagnosis. Patients and Methods: thirty-six postmenopausal women with pelvic tumor diagnosis were prospectively evaluated through clinical examination and endovaginal ultrasonography. Clinical follow-up with no surgical procedures was indicated for anechoic cystic tumors with or without thin unique septation and volume under 50 cm³. Needle aspiration was indicated for tumors with the same aspect, and volume of 50 to 100 cm³, whereas exploratory laparotomy was performed in the remaining patients. Diagnosis defined two groups of patients: benign (28) and malignant (8) pathologies. Results: anechoic cystic tumor with or without a thin septum indicates benignity (p = 0.0091). Tumors with solid areas indicate malignancy (p = 0.0024). Ascites correlates with malignancy (p = 0.0278). Heterogeneity, thick capsule, thick septa, and papillary projections predominated in malignancies but without no statistical significance (p > 0,05). Tumor volume indicates malignancy, with a median of 85.2 cm³ in benign tumors and 452.5 cm³ in malignancies (p = 0.0048), with a cutoff at 295 cm³ (sensitivity = 83.3% and specificity = 85.2%). Following this protocol, all malignancies were submitted to surgery and 11 benign tumor patients were treated with a conservative protocol (39.3% of all benign patients). Conclusion: conservative management is an adequate protocol for women with anechoic pelvic tumors with low volume, with or without single thin septum and without ascites. Differentiation between benign and malignant of complex and/or high volume tumors requires complementary investigation.

Keywords