Cadernos de Saúde Pública (Apr 2003)

A cooperação entre uma ONG e os Estados "anfitriões" no controle da hanseníase na América Latina Cooperation between an NGO and "host" states in the control of leprosy in Latin America

  • Andreas Kalk

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2003000200033
Journal volume & issue
Vol. 19, no. 2
pp. 663 – 666

Abstract

Read online

A proliferação das Organizações Não-Governamentais (ONGs), pode ser considerada como um resultado da incapacidade do sistema democrático atual de desempenhar todas as tarefas desejadas pelos seus cidadãos. Embora que as ONGs muitas vezes realizem um trabalho bastante positivo, elas têm uma tendência de diminuir o poder governamental e são capazes de interferir nos assuntos internos de outros países. Neste contexto, observam-se esforços de controlar as suas atividades e este controle pode resultar em efeitos negativos (bloqueio da defesa dos direitos humanos) e efeitos positivos (correção da falta de coordenação no trabalho das ONGs). ONGs ativas no controle da hanseníase têm uma história longa de cooperação com Estados "anfitriões" na América Latina. No pior dos casos, trabalham num vácuo deixado pelo Estado. Num país como o Brasil - onde o Governo dá prioriade ao controle da hanseníase e à participação da comunidade no processo político - as ONGs trabalham geralmente de um modo "harmônico" com as autoridades nacionais. A contribução mais útil aos esforços estaduais tem sido o apoio técnico-financeiro à capacitação do pessoal de saúde, à supervisão e às campanhas de conscientização. Assim, a ONG torna-se "quase-governamental" na execução das suas tarefas.The proliferation of nongovernmental organizations (NGOs) can be considered the result of the inability of the current democratic system to perform all the tasks desired by its citizens. Although NGOs often do quite positive work, they tend to diminish governmental power and are capable of interfering in the internal affairs of other countries. In this context, there are efforts to control their activities, and this control can produce both negative effects (blocking the defense of human rights) and positive ones (correcting the lack of coordination in the work by NGOs). NGOs working with the control of leprosy have a long history of cooperation with "host" states in Latin America. In the worst cases they work in a vacuum left by the state. In a country like Brazil, where the government prioritizes the control of Hansen disease and community participation in the political process - NGOs generally work "in harmony" with national authorities. The most useful contribution to state efforts has been the technical and financial support for training health personnel, supervision, and awareness-raising campaigns. Thus, the NGO becomes "quasi-governmental" in performing its tasks.

Keywords