Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

FREQUÊNCIA DA ALOIMUNIZAÇÃO ERITROCITÁRIA EM PACIENTES COM SÍNDROME MIELODISPLÁSICA ATENDIDOS EM UM HOSPITAL DA CIDADE DE SÃO PAULO

  • ICS Santos,
  • MMO Barros,
  • A Kaliniczenko,
  • SHNW Penteado,
  • JO Martins

Journal volume & issue
Vol. 43
pp. S391 – S392

Abstract

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Introdução: A Síndrome Mielodisplásica (SMD) pertence a um grupo de neoplasias malignas sanguíneas originados na medula óssea, caracterizada pela deficiência clonal de células progenitoras hematopoiéticas, podendo causar como resultado a produção de células anormais e ineficientes, aumento de células imaturas, displasia em uma ou mais linhagens celulares e risco de desenvolver leucemia mieloblástica aguda (LMA). Devido à deficiência hematopoiética, os pacientes com SMD realizam transfusões sanguíneas com frequência durante o percurso da doença, onde deve-se garantir a compatibilidade sanguínea entre doador e receptor. É fundamental a realização dos testes pré-transfusionais em pacientes que recebem transfusões sanguíneas cronicamente, como os pacientes com SMD, afim de diminuir a frequência da aloimunização eritrocitária e posterior reações transfusionais. Objetivo: Avaliar a frequência da aloimunização eritrocitária em pacientes com SMD e caracterizar a importância da fenotipagem eritrocitária estendida nesses pacientes. Materiais e métodos: Foram incluídos no estudo 29 pacientes com SMD que possuem prontuários no hemocentro da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). A coleta de dados foi realizada no período de agosto de 2020 a setembro de 2020 e todos os dados clínicos foram coletados dos prontuários dos pacientes e dos registros presentes no caderno da seção de imunohematologia do hemocentro. Resultados: Foram incluídos no presente estudo 29 pacientes com SMD, sendo 13 (44,8%) homens e 16 (55,2%) mulheres. Coombs Direto (CD) positivo foi encontrado em 21 (72,4%) pacientes, Coombs Indireto (CI) positivo em 18 (62%) pacientes e Autoanticorpos (AC) positivo em 19 (65,5%) pacientes. A fenotipagem eritrocitária estendida foi realizada com 7/29 (24,1%) dos pacientes. Valor estatisticamente significativo foi encontrado ao comparar pacientes com fenotipagem eritrocitária e pacientes sem fenotipagem eritrocitária, onde pacientes com fenotipagem eritrocitária formaram menos aloanticorpos quando comparados com os pacientes sem fenotipagem eritrocitária (p = 0,05). Conclusão: A fenotipagem eritrocitária é indispensável em pacientes com SMD que necessitam de transfusões frequentemente, os mesmos se encontram com uma ineficiência hematopoiética pré-existente, por isso, ela é imprescindível durante os testes pré-transfusionais com o objetivo de evitar a aloimunização eritrocitária pós transfusões sanguíneas.